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Português - Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto - UECE

Simulado para prova de concurso - Português - Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto - UECE. Resolva online, confira o gabarito e baixe o PDF grátis!


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1 Q944067 | Português, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto, Português, UECE, UECE CEV, 2020

Texto associado.

TEXTO 1
Pronominais
Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro.

ANDRADE, Oswald. Obras completas.
Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1972.


TEXTO 2
Samba do Arnesto

O Arnesto nos convidô prum samba,
[ele mora no Brás
Nóis fumo e não encontremos ninguém
Nóis vortemo cuma baita duma reiva
Da outra veiz nóis num vai mais
Nóis não semos tatu!
Outro dia encontremo com o Arnesto
Que pidiu descurpa mais nóis não aceitemos
Isso não se faz, Arnesto, nóis não se importa
Mais você devia ter ponhado um recado na
[porta
Anssim: “Ói, turma, num deu prá esperá
A vez que isso num tem importância,
[num faz má
Depois que nóis vai, depois que nóis vorta
Assinado em cruz porque não sei escrever
Arnesto"


BARBOSA, Adoniran, Gravações Elétricas
Continental S/A, 1953.
Os textos 1 e 2 se referem ao uso da variante informal da língua portuguesa. O uso dessa variante, em ambos os textos, justifica-se por mostrar ao leitor

2 Q944069 | Português, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto, Português, UECE, UECE CEV, 2020

Texto associado.

TEXTO 1
Pronominais
Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro.

ANDRADE, Oswald. Obras completas.
Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1972.


TEXTO 2
Samba do Arnesto

O Arnesto nos convidô prum samba,
[ele mora no Brás
Nóis fumo e não encontremos ninguém
Nóis vortemo cuma baita duma reiva
Da outra veiz nóis num vai mais
Nóis não semos tatu!
Outro dia encontremo com o Arnesto
Que pidiu descurpa mais nóis não aceitemos
Isso não se faz, Arnesto, nóis não se importa
Mais você devia ter ponhado um recado na
[porta
Anssim: “Ói, turma, num deu prá esperá
A vez que isso num tem importância,
[num faz má
Depois que nóis vai, depois que nóis vorta
Assinado em cruz porque não sei escrever
Arnesto"


BARBOSA, Adoniran, Gravações Elétricas
Continental S/A, 1953.
Sobre a explicação dada por Oswald de Andrade para o não emprego da ênclise na fala do português do Brasil, é correto afirmar que o autor

3 Q944071 | Português, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto, Português, UECE, UECE CEV, 2020

Texto associado.
TEXTO 3
Meu Caro Amigo
Chico Buarque


Meu caro amigo, me perdoe, por favor
Se eu não lhe faço uma visita
Mas como agora apareceu um portador
Mando notícias nessa fita

Aqui na terra tão jogando futebol
Tem muito samba, muito choro e rock'n'roll
Uns dias chove, noutros dias bate o sol
Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa
[aqui tá preta

Muita mutreta pra levar a situação
Que a gente vai levando de teimoso e de
[pirraça
E a gente vai tomando que também sem a
[cachaça

Ninguém segura esse rojão

Meu caro amigo, eu não pretendo provocar
Nem atiçar suas saudades
Mas acontece que não posso me furtar
A lhe contar as novidades

É pirueta pra cavar o ganha-pão
Que a gente vai cavando só de birra,
[só de sarro
E a gente vai fumando que, também,
[sem um cigarro
Ninguém segura esse rojão

Meu caro amigo, eu quis até telefonar
Mas a tarifa não tem graça
Eu ando aflito pra fazer você ficar
A par de tudo que se passa

Muita careta pra engolir a transação
Que a gente tá engolindo cada sapo no
[caminho
E a gente vai se amando que, também,
[sem um carinho
Ninguém segura esse rojão

Meu caro amigo, eu bem queria lhe
[escrever
Mas o correio andou arisco

Se me permitem, vou tentar lhe remeter
Notícias frescas nesse disco
A Marieta manda um beijo para os seus
Um beijo na família, na Cecília e nas crianças
O Francis aproveita pra também mandar
[lembranças
A todo o pessoal
Adeus!


BUARQUE, Chico. Phonogram, 1976.

Considerando que a letra da canção “Meu caro amigo” foi escrita em 1976, um momento de repressão a qualquer denúncia ao governo e aos abusos estatais ou a manifestações contrárias ao regime, constata-se que Chico Buarque faz da música uma das principais formas de protestar indiretamente, para evitar a censura, espalhar uma mensagem de resistência e conscientizar a população. Fruto de uma parceria com Francis Hime, a canção foi criada como uma tentativa de burlar o regime por meio do envio de notícias do Brasil a seu amigo Augusto Boal, que vivia no exílio em Lisboa. Atente para o que se diz a seguir a respeito dessa canção e assinale com V o que for verdadeiro e com F o que for falso.
( ) A expressão “Muita mutreta pra levar a situação” (linha 36) revela o esforço do eu lírico para suportar as dificuldades. ( ) O eu lírico mostra que para segurar “esse rojão” (linhas 41, 51 e 61) o remetente da carta busca refúgio em prazeres momentâneos como a cachaça, o cigarro e o amor. ( ) O autor cita nomes de pessoas reais: Marieta, Francis e Cecília para organizar um discurso que fala de si próprio, passando a ideia da realidade dentro de uma ficção. ( ) O tom formal da mensagem permite identificar uma relação de distanciamento entre o emissor e o seu “caro amigo” (linhas 42, 52, 62).
A sequência correta, de cima para baixo, é:

4 Q944075 | Português, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto, Português, UECE, UECE CEV, 2020

Texto associado.
Reinvenção

A vida só é possível
reinventada.


Anda o sol pelas campinas
e passeia a mão dourada
pelas águas, pelas folhas...
Ah! tudo bolhas
que vem de fundas piscinas
de ilusionismo... — mais nada.


Mas a vida, a vida, a vida,
a vida só é possível
reinventada.

Vem a lua, vem, retira
as algemas dos meus braços.

Projeto-me por espaços
cheios da tua Figura.
Tudo mentira! Mentira
da lua, na noite escura.

Não te encontro, não te alcanço...
Só — no tempo equilibrada,
desprendo-me do balanço
que além do tempo me leva.
Só — na treva,
fico: recebida e dada.

Porque a vida, a vida, a vida,
a vida só é possível
reinventada.

MEIRELES, Cecília. Reinvenção. In. MEIRELES, Cecília.
Vaga música. São Paulo: Global Editora, 1942.
Ao tratar do tema da vida, o texto apresenta uma

5 Q944076 | Português, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto, Português, UECE, UECE CEV, 2020

Texto associado.
Reinvenção

A vida só é possível
reinventada.


Anda o sol pelas campinas
e passeia a mão dourada
pelas águas, pelas folhas...
Ah! tudo bolhas
que vem de fundas piscinas
de ilusionismo... — mais nada.


Mas a vida, a vida, a vida,
a vida só é possível
reinventada.

Vem a lua, vem, retira
as algemas dos meus braços.

Projeto-me por espaços
cheios da tua Figura.
Tudo mentira! Mentira
da lua, na noite escura.

Não te encontro, não te alcanço...
Só — no tempo equilibrada,
desprendo-me do balanço
que além do tempo me leva.
Só — na treva,
fico: recebida e dada.

Porque a vida, a vida, a vida,
a vida só é possível
reinventada.

MEIRELES, Cecília. Reinvenção. In. MEIRELES, Cecília.
Vaga música. São Paulo: Global Editora, 1942.
Sobre o poema “Reinvenção”, de Cecília Meireles, é correto afirmar que

6 Q944079 | Português, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto, Português, UECE, UECE CEV, 2020

Texto associado.

O Poeta da Roça


Sou fio das mata, cantô da mão grosa
Trabaio na roça, de inverno e de estio
A minha chupana é tapada de barro
Só fumo cigarro de paia de mio

Sou poeta das brenha, não faço o papé
De argum menestrê, ou errante cantô
Que veve vagando, com sua viola
Cantando, pachola, à percura de amô

Não tenho sabença, pois nunca estudei
Apenas eu seio o meu nome assiná
Meu pai, coitadinho! vivia sem cobre
E o fio do pobre não pode estudá

Meu verso rastero, singelo e sem graça
Não entra na praça, no rico salão
Meu verso só entra no campo da roça e
[dos eito
E às vezes, recordando feliz mocidade
Canto uma sodade que mora em meu peito.
[...]
Eu canto o mendigo de sujo farrapo,
Coberto de trapo e mochila na mão,
Que chora pedindo o socorro dos home,
E tomba de fome, sem casa e sem pão.

E assim, sem cobiça dos cofre luzente,
Eu vivo contente e feliz com a sorte,
Morando no campo, sem vê a cidade,
Cantando as verdade das coisa do Norte.

Adaptada de ASSARÉ, Patativa do.
Cante lá que eu canto cá: Filosofia de um trovador
nordestino. 2. Ed. Petrópolis: Vozes, 1978.
No texto 6, a partir dos versos “Não tenho sabença, pois nunca estudei/Apenas eu seio o meu nome assiná/Meu pai, coitadinho! vivia sem cobre/E o fio do pobre não pode estudá” (linhas 168-171) é correto inferir que a intenção do poeta é

7 Q944080 | Português, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto, Português, UECE, UECE CEV, 2020

Texto associado.

O Poeta da Roça


Sou fio das mata, cantô da mão grosa
Trabaio na roça, de inverno e de estio
A minha chupana é tapada de barro
Só fumo cigarro de paia de mio

Sou poeta das brenha, não faço o papé
De argum menestrê, ou errante cantô
Que veve vagando, com sua viola
Cantando, pachola, à percura de amô

Não tenho sabença, pois nunca estudei
Apenas eu seio o meu nome assiná
Meu pai, coitadinho! vivia sem cobre
E o fio do pobre não pode estudá

Meu verso rastero, singelo e sem graça
Não entra na praça, no rico salão
Meu verso só entra no campo da roça e
[dos eito
E às vezes, recordando feliz mocidade
Canto uma sodade que mora em meu peito.
[...]
Eu canto o mendigo de sujo farrapo,
Coberto de trapo e mochila na mão,
Que chora pedindo o socorro dos home,
E tomba de fome, sem casa e sem pão.

E assim, sem cobiça dos cofre luzente,
Eu vivo contente e feliz com a sorte,
Morando no campo, sem vê a cidade,
Cantando as verdade das coisa do Norte.

Adaptada de ASSARÉ, Patativa do.
Cante lá que eu canto cá: Filosofia de um trovador
nordestino. 2. Ed. Petrópolis: Vozes, 1978.
A poesia de Patativa do Assaré, ao primeiro contato, demonstra uma preocupação em construir uma identidade sertaneja. No texto 6, esta característica é observável, de forma mais evidente, em

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