João, 20 anos, permanecia enclausurado em sua própria casa,
passando os dias em seu quarto. Ele não transitava pelo território
de sua cidade e de sua comunidade; sua casa era seu território
existencial.
Foi proposto a João e à sua família um trabalho de
acompanhamento terapêutico, pelo qual se desenvolveria uma
exploração acompanhada do entorno de sua casa, na procura de
outros espaços de pertinência e sociabilidade. Essa sugestão
apostava em uma ampliação do território existencial de João, o
que implicava em um processo de desterritorialização e envolve,
também, um processo de desterritorialização de seu entorno,
que está atravessado pelas mesmas forças de exclusão que
fizeram com que o jovem tivesse vivido dentro de sua casa
grande parte de sua vida.
A partir desse fragmento, assinale a opção que articula a clínica
ao território.
✂️ a) Essa clínica exige delicadeza e atenção, pois há sempre o risco
de que, ao convidar os sujeitos e sua loucura para participar
das trocas sociais no território da cidade, estejamos,
inadvertidamente, forçando-os a se adaptar ao modo de vida
hegemônico. ✂️ b) Essa clínica exige delicadeza e atenção, pois busca excluir os
loucos e sua loucura das trocas sociais no território da cidade,
sem qualquer consideração ou adaptação ao modo de vida
hegemônico. ✂️ c) Essa clínica exige delicadeza e atenção, pois se sustenta na
noção de esquadrinhamento da sociedade, que delimita
áreas de abrangência e se orienta pelo frio mapa de uma
cidade. ✂️ d) Essa clínica exige delicadeza e atenção, porque instala o olho
vigilante do poder disciplinar que se ramifica e adere às
rotinas cotidianas, transmutando-as ao sabor das
conveniências do mercado. ✂️ e) Essa clínica exige delicadeza e atenção, pois, ao problematizar
o olhar sobre o território, para pensar quais os modos de vida
que estão sendo produzidos e que clínica é possível aí
realizar, leva os pacientes a adaptarem-se ao modo de vida
hegemônico.