Um estudo publicado na revista Molecular Psychiatry em 2014
investigou os impactos do uso de metanfetaminas em
adolescentes. Os pesquisadores observaram que adolescentes
usuários de metanfetamina apresentaram alterações
significativas na estrutura cerebral, especialmente no sistema
frontoestriatal, responsável por funções como controle de
impulsos e tomada de decisões. Essas alterações foram mais
pronunciadas em adolescentes do que em adultos, sugerindo
uma maior vulnerabilidade do cérebro em desenvolvimento aos
efeitos neurotóxicos da droga.
Com base nas descobertas apresentadas e nos conhecimentos
sobre o papel dos neurotransmissores no sistema nervoso,
assinale a alternativa que explica como as metanfetaminas são
capazes de gerar estados eufóricos e, ao mesmo tempo, provocar
um colapso emocional em usuários crônicos.
a) O uso crônico de metanfetaminas leva à sobrecarga do
sistema dopaminérgico, aumentando a liberação de
dopamina no curto prazo, mas reduzindo progressivamente a
capacidade de resposta dos receptores, resultando em
tolerância, anedonia e maior suscetibilidade à depressão.
b) As metanfetaminas agem de forma exclusiva nos receptores
de serotonina, sendo a regulação desse neurotransmissor a
principal responsável pelos efeitos de euforia e dependência
observados nos usuários crônicos.
c) As metanfetaminas alteram o sistema de neurotransmissores,
promovendo uma liberação maciça de dopamina e inibindo
sua recaptação. Desencadeiam neuroinflamação que
compromete sinapses no estriado ventral e no córtex pré-frontal, afetando o controle de impulsos e aumentando a
vulnerabilidade a transtornos mentais.
d) Os efeitos eufóricos das metanfetaminas decorrem de
alterações periféricas, como o aumento da pressão sanguínea
e da glicose, sem afetar diretamente as estruturas neuronais
responsáveis pelo sistema de recompensa cerebral.
e) O uso de metanfetaminas pode causar euforia inicial devido
ao aumento da captação de neurotransmissores pelas células
nervosas, mas não afeta a comunicação entre os neurônios a
longo prazo, sendo os sintomas de abstinência apenas
fisiológicos.