Pesquisas recentes realizadas pela Universidade de Harvard e
publicadas na Nature Ecology & Evolution , em 2023, investigaram
a evolução de populações de trutas arco-íris (Oncorhynchus
mykiss ) em rios da Califórnia, que enfrentam secas intensas
devido às mudanças climáticas. Os pesquisadores observaram
que, em regiões com menor disponibilidade de água, as
populações de trutas desenvolveram maior resistência a períodos
de estiagem, enquanto em áreas com fluxos constantes de água,
essa característica não foi observada. Além disso, foi constatada
uma redução no tamanho médio dos indivíduos em regiões de
seca severa.
A mudança na resistência à estiagem e no tamanho dos
indivíduos observados pelos pesquisadores é um fenômeno que
pode ser corretamente explicado da seguinte forma:
a) A adaptação observada nas trutas representa um exemplo de
evolução divergente, uma vez que diferentes populações
adquiriram características opostas em resposta ao mesmo
estímulo (disponibilidade hídrica).
b) A seleção natural atuou sobre as populações em ambientes
mais secos, favorecendo indivíduos menores e mais
resistentes à escassez de água, caracterizando um processo
de adaptação local.
c) As alterações fenotípicas nas trutas ocorreram devido à
plasticidade fenotípica, sem envolvimento de mudanças
genéticas na população, garantindo a adaptação das
populações às condições locais.
d) O menor tamanho médio das trutas é resultado da deriva
genética, pois a pressão seletiva não é intensa o suficiente
para influenciar o fenótipo, enquanto a resistência à escassez
de água resulta da adaptação fisiológica do organismo.
e) A sobrevivência diferencial das trutas é um exemplo de
seleção artificial, induzida pela intervenção humana no
ambiente dos rios, selecionando os indivíduos de menor
tamanho e mais resistentes à escassez de água.