Um paciente do sexo masculino de 63 anos foi encaminhando
para investigação diagnóstica de pneumopatia intersticial,
queixando-se de tosse seca e dispneia. Após detalhado exame
físico e cuidadosa anamnese, referiu ser portador de dislipidemia
com relato de dispneia progressiva de início há 03 anos, além de
tosse seca. Negou febre, sibilos, dor torácica, sudorese noturna e
hemoptise. Negou ainda artralgia ou artrite. Trabalhava em
aviário há aproximadamente quatro anos. Ao exame físico,
observaram-se discretos estertores crepitantes nas bases
pulmonares. Havia ausência de cianose, porém com discreto
baqueteamento digital. O paciente trouxe diversos exames
complementares solicitados em outras consultas médicas em
outras unidades assistenciais. Painel com marcadores de
autoimunidade não reagentes. Espirometria evidenciava CVF%
68%, VEF1/CVF: 90 e VEF1: 72%. Ausência de resposta
broncodilatadora. A tomografia computadorizada do tórax
evidenciou áreas com aprisionamento aéreo, opacidades em
vidro fosco e discretas opacidades nodulares em vidro fosco
centrolobulares, todas as imagens predominando nas bases
pulmonares. Além disso, observou-se discreto infiltrado
intersticial reticular nas bases pulmonares, associado a
bronquiectasias de tração.
Considerando-se a história clínica e os achados radiológicos e
funcionais, a suspeita diagnóstica seria de:
✂️ a) tuberculose, especialmente pelos achados clínicos e
radiológicos; ✂️ b) sarcoidose, pelos achados característicos de infiltrado
reticular nas bases na tomografia computadorizada; ✂️ c) silicose, pelo achado de exposição no aviário; ✂️ d) pneumonite por hipersensibilidade, pelos achados de
exposição laboral, achados no exame físico e achados
sugestivos na tomografia computadorizada; ✂️ e) pneumonia comunitária grave, devendo ser iniciado
antibiótico de amplo espectro o mais breve possível.