“Filho de ex-escravos, crescera na fazenda levando a mesma
vida dos pais. Era pajem do sinhô moço. Tinha a obrigação de
brincar com ele. Era o cavalo em que o mocinho galopava
sonhando conhecer todas as terras do pai. Tinham a mesma
idade. [E ele perguntava:] Se eram livres, por que continuavam
ali? Por que, então, tantas negras na senzala? Por que todos não
se arribavam à procura de outros lugares e trabalhos?”
EVARISTO, Conceição. Ponciá Vicêncio . Pallas, RJ: 2023.
Pensando nas raízes históricas do racismo no Brasil, escolha a
alternativa que responde as questões levantadas pela autora em
seu livro.
✂️ a) A vinculação de escravizados ao cotidiano familiar dos
senhores criava relações de afeto entre negros e brancos, que
garantiam liberdades e conforto compensatórias aos
empregados descendentes de africanos. ✂️ b) Acostumados ao regime de servidão relativa, mesmo após a
libertação os negros e seus familiares mantinham-se
voluntariamente apegados ao trabalho nas fazendas e às
relações de submissão. ✂️ c) mantinha as relações de poder baseadas em códigos jurídicos
inspirados no Direito Romano que previa a propriedade
agrária como bem inalienável e sua defesa como direito de
guerra. ✂️ d) estruturava uma rede de poder militar entre nobres que,
pelas obrigações de defesa do reino, tinham como
contrapartida a posse de terras, vinculando a elas servos
camponeses devedores da corveia a seus senhores. ✂️ e) apoiava-se no estabelecimento de reinos formados pelos
outrora oficiais do exército romano que passaram a adquirir
títulos de nobreza com o correspondente direito de explorá-las com o trabalho de servos assalariados.