O casamento infeliz da corrupção com cumplicidade e a resultante crise de autoridade na vida pública (com reflexos em toda sociedade, inclusive na família) trazem à tona a questão da moralidade. (Não estou usando, de propósito, a palavra ética: a pobre anda humilhada demais.) Não se confunda moralidade com moralismo, que é filho da hipocrisia. Moralidade faz parte da decência humana fundamental. Dispensa teorias, mas é a base de qualquer convívio e ordem social. Embora não necessariamente escrita, está contida também nas leis tão mal cumpridas do país. Todos a conhecem em seus traços mais largos, alguns a praticam. Moralidade é compostura. É exercer autoridade externa fundamentada em autoridade moral. É fiscalizar rigorosamente o cumprimento das leis sem ser policialesco. É respeitar as regras sem ser uma alma subalterna. Moralidade pode ser difícil num país onde o desregramento impera. Exige grande coragem dizer não quando a tentação (de roubar, de enganar, ou de compactuar com tudo isso) nos assedia de todos os lados, também de cima. Num governo, é o oposto de assistencialismo, que dá alguns trocados aos despossuídos, em lugar de emprego e educação, que lhes devolveriam a dignidade. É lutar pelo bem comum, perseguindo e escancarando a verdade mesmo que contrarie grandes e vários interesses. (Lya Luft, Veja, 20.09.2006) As questões de números 09 e 10 têm como base o trecho — Num governo, é o oposto de assistencialismo, que dá alguns trocados aos despossuídos, em lugar de emprego e educação, que lhes devolveriam a dignidade. É lutar pelo bem comum, perseguindo e escancarando a verdade mesmo que contrarie grandes e vários interesses . A palavra que aparece três vezes no trecho, sendo que,
✂️ a) na primeira ocorrência, é pronome relativo; na segunda, conjunção subordinativa; e, na terceira, conjunção coordenativa. ✂️ b) nas três ocorrências, trata-se de pronome relativo, cuja função sintática é de sujeito. ✂️ c) nas duas primeiras ocorrências, trata-se de pronome relativo e, na última, forma uma locução conjuntiva concessiva com a palavra mesmo. ✂️ d) nas duas primeiras ocorrências, trata-se de conjunção subordinativa e, na última, pronome relativo. ✂️ e) na primeira ocorrência, trata-se de pronome relativo e, nas outras duas, conjunção subordinativa causal e consecutiva, respectivamente.