Escolhi refletir sobre a explicação ainda presente e sempre
repetida entre nós, de que o Brasil e os demais países da América
Latina foram colônias de exploração – o que explicaria o nosso
“atraso e subdesenvolvimento” no presente; enquanto os Estados
Unidos surgiam como potência econômica e apresentam solidez
nas instituições políticas devido a sua origem como colônia de
povoamento. Sabe-se que tal explicação de base estrutural e
econômica, além de generalizante e reducionista, não resiste à
menor investigação por parte dos estudiosos que se debruçam
sobre os documentos da época. É possível sugerir que a
formulação colônia de povoamento e colônia de exploração
encontrou a ressonância que conhecemos devido ao fato de já
nos colocarmos em determinada posição em relação ao centro
desenvolvido, sendo que em muitos momentos essa relação se
configurou – e se configura – como de subordinação ou
subalternidade.
Adaptado de JUNQUEIRA, Mary Anne. “Colônia de povoamento X colônia de
exploração: reflexões e questionamentos sobre um mito”. In: Abreu, M.; Soihet, R.;
Gontijo, R. Cultura política e leituras do passado: historiografia e ensino de História.
Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2007, pp. 173 – 184.
Com base no trecho, a autora interpreta que o uso dos termos
“colônia de exploração” e “colônia de povoamento” está de
acordo com
✂️ a) Explicações sobre o presente com base nas interpretações
sobre o passado colonial. ✂️ b) Comparações de experiências históricas de acordo com o
vocabulário utilizado nas fontes documentais. ✂️ c) Análises que consideram as correspondências entre os dois
modelos coloniais. ✂️ d) Críticas aos dois sistemas coloniais que asseguraram a
vantagem de regiões europeias em relação à América. ✂️ e) Interpretações que consideram a complexidade do tempo
presente para além de análises dicotômicas.