Uma indicação da expansão demográfica do Ocidente
cristão, a partir de meados do século X, está no acentuado crescimento da população urbana naquele
período. Enquanto por volta do ano 1 000 talvez não
existisse na Europa católica nenhuma cidade com uma
população de 10 000 habitantes, no século XIII havia
55 cidades com um número de habitantes superior
àquele: duas na Inglaterra, seis na Península Ibérica,
oito na Alemanha, 18 na França e Países Baixos, 21
na Itália. Esta última era não apenas a região mais
urbanizada do Ocidente como também a que possuía
as maiores cidades.
(Hilário Franco Júnior,
A Idade Média, nascimento do Ocidente , p. 23. Adaptado)
Para Hilário Franco Júnior, outro indício dessa expansão
demográfica
✂️ a) manifesta-se pelo decréscimo das taxas de natalidade nas regiões voltadas para o comércio a longa
distância, assim como o decréscimo das taxas de
mortalidade nos espaços sem qualquer desenvolvimento urbano. ✂️ b) apresenta-se pela ampla existência de terras agricultáveis e a consequente falta de mão de obra para a
exploração desses espaços, o que provocou grandes fluxos imigratórios da região norte-europeia para
a península Ibérica. ✂️ c) verifica-se pelas transformações sofridas pela arquitetura religiosa, na qual a passagem do românico
para o gótico, entre outras razões, reflete a necessidade de áreas internas maiores, capazes de abrigar
um número crescente de fiéis. ✂️ d) mostra-se na ampliação do poder da Igreja Católica nas cidades italianas, inclusive com a imposição
do Tribunal da Santa Inquisição e, ao mesmo tempo, a presença católica tornou-se irrelevante no
espaço rural. ✂️ e) revela-se na formação de uma economia voltada para
a produção de manufaturados, a partir de matéria prima advinda de regiões distantes e com a utilização de
mão de obra livre e, muitas vezes, assalariada.