O que se deve chamar de feudalismo é o conjunto da
formação social dominante no Ocidente da Idade Média
Central, com suas facetas política, econômica, ideológica, institucional, social, cultural, religiosa. Uma totalidade
histórica, da qual o feudo foi apenas um elemento. No
entanto – e procurando não perder essa globalidade de
vista –, como examinamos cada uma daquelas facetas
nos capítulos correspondentes, vamos aqui nos prender
apenas à análise das relações sociais do feudalismo. Ou
melhor, do feudo-clericalismo. Este rótulo parece-nos
mais conveniente.
(Hilário Franco Júnior,
A Idade Média, nascimento do Ocidente , p. 88-89. Adaptado)
Franco Júnior faz a defesa do termo feudo-clericalismo ao
✂️ a) especificar que a principal preocupação dos senhores dos grandes domínios de terra era com a prevalência das práticas religiosas e não com inquietações
ligadas aos aspectos econômicos ou militares desses domínios. ✂️ b) mencionar que as estruturas feudais nasceram a
partir das tradições visigodas e vândalas, que defendiam que a soberania do Estado derivava da aquiescência dos governados, fossem senhores feudais ou
servos da gleba. ✂️ c) explicitar o papel central da Igreja naquela sociedade, pois, entre outros pontos, ela foi a maior detentora de terras naquela sociedade essencialmente
agrária, destacando-se no jogo de concessão e
recepção de feudos. ✂️ d) evidenciar que as estruturas feudais, em relação
aos aspectos políticos, assemelhavam-se à hierarquia da Igreja Católica, na qual o poder de bispos e
outras autoridades eclesiásticas dependiam do consentimento dos fiéis. ✂️ e) demonstrar o papel secundário exercido pelo catolicismo ao longo da formação das estruturas feudais,
pois a doutrina moral dessa religião reconhecia que
o tempo e o trabalho humano pertenciam a Deus e
não aos senhores feudais.