Muitos imaginaram repúblicas e principados que jamais
foram vistos e que nem se soube se existiram na verdade, porque
há tamanha distância entre como se vive e como se deveria viver
que aquele que abandona o que se faz por aquilo que se deveria
fazer aprende antes a arruinar-se que a preservar-se. Eis por que é
necessário a um príncipe que quiser manter-se, aprender a poder
não ser bom e a valer-se ou não disso segundo a necessidade.
Nicolau Maquiavel. O Príncipe . Ed. Martins Fontes (com adaptações).
Considerando-se o texto precedente, é correto afirmar que
Maquiavel recomenda ao príncipe, isto é, ao governante, que este
✂️ a) aja sempre de acordo com os valores morais cristãos
estabelecidos, o que requer que ele seja bom a despeito da
necessidade. ✂️ b) guie sua conduta a partir de como a república ou o principado
deve ser, tendo como propósito uma ideia de perfectibilidade
humana. ✂️ c) conduza as suas ações a partir de como as coisas são, e não
como elas deveriam ou poderiam ser, o que requer que ele
faça o que for necessário, mesmo que não seja bom. ✂️ d) tenha como modelo repúblicas ou principados imaginários,
utilizando métodos descritos como maus para que aqueles se
tornem reais. ✂️ e) busque a harmonia entre as diversas facções que constituem
uma república ou principado por medidas que favoreçam a
moralidade das ações em todas as circunstâncias.