Leia o texto abaixo.
“Não ignoro que muitos tiveram e têm a convicção de que as coisas do mundo sejam
governadas pela fortuna e por Deus, sem que os homens possam corrigi-las com sua sensatez, ou
melhor, não disponham de nenhum remédio; e por isso poderiam julgar que não vale a pena suar tanto
sobre as coisas, deixando-se conduzir pela sorte (…). Entretanto, para que nosso livre-arbítrio não se
anule, penso que se pode afirmar que a fortuna decide sobre metade de nossas ações, mas deixa a
nosso governo a outra metade, ou quase”.
Maquiavel, O Príncipe. De acordo com as ideias de Maquiavel, a passagem apresentada se refere
✂️ a) ao modo como ele compreende a ação humana, tensionada pela relação entre as
circunstâncias que cercam o homem (fortuna ) e seus atos voluntários (virtù ). ✂️ b) à negação completa dos desígnios de Deus como fundamento das nossas ações, modo pelo
qual ele prega a radical separação entre o estado e a igreja. ✂️ c) a sua crítica ao modelo antropocêntrico de governar, que coloca o arbítrio humano acima das
leis de Deus. ✂️ d) ao modelo teocêntrico de governar, cuja ascensão devia, segundo ele, ser fortalecida pela
primazia da fortuna sobre o arbítrio humano. ✂️ e) ao fortalecimento da integração entre Estado e Igreja, a partir do equilíbrio entre as duas forças
confluentes que governam as ações humanas.