Três fenômenos maiores podem explicar a concepção e a
percepção da guerra na Idade Média, bem como o papel privilegiado reservado às armas e aos homens de armas [...]:
primeiro, o fim do Império Romano do Ocidente e, com ele,
o fim de uma época em que a ordem, a paz e a justiça
estavam garantidas; em seguida, a rude intromissão no
tecido sociocultural, inicialmente romano e cristão, de povos
com tradições e concepções germânicas que não permitiam
distinguir entre direito civil e uso militar da força; enfim, os
longos séculos de desordem e de violência que se abateram
sobre a Europa.
(Franco Cardini. “Guerra e cruzada”. In: Dicionário analítico do Ocidente
Medieval , vol. I. Jacques Le Goff, Jean Claude Schmitt (Orgs.), 2017)
Como decorrência dos três fenômenos referidos pelo excerto,
a Idade Média Ocidental caracterizou-se, em grande parte de
sua vigência,
✂️ a) pela aliança das monarquias nacionais com os Estados
Pontifícios, com o objetivo de possibilitar a sobrevivência
do feudalismo. ✂️ b) pelo exercício do poder político-militar em múltiplas unidades feudais, em prejuízo do poder central. ✂️ c) pela ruptura da unidade religiosa do continente europeu,
com a propagação dos movimentos de contestação do
cristianismo na sociedade feudal. ✂️ d) pelo controle dos senhores territoriais pelos reis absolutistas, com a suspensão dos torneios militares dos
nobres feudais. ✂️ e) pela permanência do capitalismo nas cidades, em contraposição à introdução do feudalismo na Europa pelos
povos bárbaros.