Em 1996, o geógrafo brasileiro Milton Santos escreveu o livro
“A Natureza do Espaço: técnica e tempo, razão e emoção”. A obra
aponta (muito antes da existência da internet atual e das redes
sociais) que o controle das técnicas que permitem a circulação das
informações representaria o domínio da tecnologia mais decisiva
de nossa época. (...)
Hoje é indiscutível o tamanho do poder de empresas como a META,
de Zuckerberg, que controla o Facebook, o Instagram, o WhatsApp,
o Threads e outras. Essas empresas detêm os dados e informações
de bilhões de pessoas que circulam nessas redes e, com o devido
trabalho de direcionamento, conseguem veicular mensagens
particularizadas por meio de algoritmos, visando influenciar
nossas percepções e decisões econômicas, políticas e sociais.
Santos, M. A Natureza do Espaço: Técnica e Tempo, Razão e Emoção. São Paulo:
Editora da Universidade de São Paulo, 2006. (Adaptado)
Avalie se, na visão de Milton Santos, todo esse poder não é usado
de forma neutra porque
I. o meio por onde circula esse turbilhão de fluxos é impregnado
de comando e ideologia, atendendo aos interesses de grupos
específicos;
II. a acelerada adoção da tecnologia de reconhecimento facial,
placas de veículos e câmeras em policiais, desperta uma série
de questionamentos sobre os limites de seu uso no contexto
da segurança pública e de outros campos;
III. esse amontoado de práticas, processos e técnicas que
agruparam “ciência + tecnologia + informação” no mundo
contemporâneo, denominado de “meio técnico-científico-informacional”, possui acesso irrestrito para todos.
Está correto o que se afirma em