No Brasil, o reconhecimento da necessidade de proteger
o patrimônio histórico e artístico já havia sido apontado
nos anos 1920, época em que se registraram iniciativas
locais e estaduais. Em 1936, Mário de Andrade foi solicitado
a preparar a criação de uma instituição nacional
de proteção do patrimônio. Foi esse o documento que foi
usado nas discussões preliminares sobre a estrutura e os
objetivos do SPHAN (Serviço do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional), criado afinal por decreto presidencial
assinado em 30 de novembro de 1937.
(Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea
do Brasil da Fundação Getúlio Vargas – CPDOC FGV. A Era Vargas:
Diretrizes do Estado Novo 1937-1945 – Serviço do Patrimônio Histórico
e Artístico Nacional . Disponível em: <https://goo.gl/6czzC4>. Adaptado) A criação do SPHAN reflete
✂️ a) um momento histórico de preservação e valorização
dos patrimônios, símbolos, bandeiras e hinos municipais,
regionais e estaduais, com o objetivo de fortalecer
as múltiplas identidades a partir das quais se
constituiria uma única identidade nacional articulada
pelo Estado. ✂️ b) uma perspectiva de cultura nacional autoritária e
etnocêntrica que procurava negar e proibir as manifestações
das camadas populares, especialmente
dos negros, tal como o samba, dando ênfase aos patrimônios
monumentais católicos, tais como as igrejas
mineiras do barroco. ✂️ c) um ambiente de centralização nas políticas de cultura
e educação, o que incluía as questões de identidade
e de patrimônio, mas que conviveu, contraditoriamente,
com políticas economicamente liberais, o
que levou à entrada de capital estrangeiro na industrialização. ✂️ d) um contexto de (re)construção da identidade nacional
a partir de elementos como o patrimônio, que
representava a história na preservação de alguns
edifícios históricos, evidenciando a parceria entre os
intelectuais e o Estado na formulação de importantes
políticas públicas. ✂️ e) uma época de consolidação das propostas de preservação
do patrimônio baseadas em concepções
eurocêntricas, que tomavam a ideia de civilização
como referência e consideravam o nacional como
cultura inferior, que deveria ser preservada por suas
marcas folclóricas.