No século XIX, a arte ocidental foi um verdadeiro
laboratório de modernidade: um campo de forças no qual
academias e salões oficiais ainda regulavam a legitimação
pública, enquanto novas sensibilidades, técnicas e públicos
redesenhavam o que se entendia por “assunto”, “estilo” e
“valor” artísticos. Acerca desse assunto, julgue as frases
abaixo:
I. A infraestrutura institucional (sobretudo o Salon
de Paris e as academias) manteve, por décadas,
um quase-monopólio de gosto e patronagem,
estabelecendo hierarquias (a pintura de história
acima de gêneros como retrato, paisagem e
natureza-morta) e modos de acabamento
“corretos”; porém, essa mesma pressão catalisou
dissidências e circuitos paralelos, como o célebre
Salon des Refusés de 1863, deslocando o centro
do debate para a crítica e para o espaço público
moderno;
II. O Expressionismo, consolidado no século XIX,
constituiu uma poética do instante visual e da
contingência urbana, dissolvendo contornos e
instituindo novos critérios de acabamento, como
a tela compreendida não mais como janela
ilusionista, mas como campo perceptivo;
III. O Pós-Impressionismo, na virada do século XIX
para o XX, explicitou a pluralização da vanguarda:
Seurat e Signac sistematizaram uma “ciência” do
olhar (divisionismo/neo-impressionismo);
Cézanne reconstruiu a solidez do visível por meio
de modulações que anteciparam a autonomia da
forma; Gauguin e os sintetistas elevaram a
planicidade e o signo; Van Gogh intensificou a
expressividade cromática como vetor psíquico; os
Nabis integraram cor, superfície e decoração.
Está(ão) correta(s), apenas, a(s) seguinte(s)
proposição(ões).
✂️ a) III. ✂️ b) I e III. ✂️ c) II e III. ✂️ d) II. ✂️ e) I.