Tem-se, a seguir: I. trecho de reclamação de um consumidor dirigida à direção de uma casa comercial; II. resposta da empresa.
I. Os fatos acima relatados exigem que o produto que adquiri seja trocado com urgência. Pergunto, ainda: Por que o chefe do setor de eletrodomésticos me comunicou, há uma semana, em minha terceira ida à loja, que o gerente não tinha esquecido da reclamação que encaminhei anteriormente? Segundo outros clientes, a resposta à minha pergunta nunca será conhecida.
II. Sabemos que é importante manter o diálogo com nossos clientes. E agradecemos quando eles vêm ao nosso encontro. Recebemos sua reclamação e lamentamos não poder atendê-lo. Entretanto, ratificamos o compromisso assumido de estar sempre atentos às insatisfações daqueles que nos procuram.
Observada a arquitetura verbal de I e II, o único comentário ILEGÍTIMO é:
a) O emprego de Segundo outros clientes protege o consumidor-reclamante da responsabilidade pela afirmação feita na frase iniciada pelo segmento.
b) Em Sabemos que é importante manter o diálogo com nossos clientes , o significado do verbo inicial dá suporte ao entendimento de que, para quem se expressa na frase, o segmento destacado indica não um simples evento, mas um fato, afirmado como verdade.
c) Em lamentamos não poder atendê-lo, tem-se um recurso retórico para anunciar ao consumidor que seu pleito não será atendido, tentativa de atenuar o efeito da recusa.
d) A formulação da pergunta do cliente admite duas interpretações – ele busca entender a) por qual motivo o chefe da seção lhe teria dito algo sobre o gerente; b) o que o gerente teria feito que justificasse dizer que não havia esquecido a reclamação feita -, mas o contexto elimina uma delas.
e) Na progressão do texto, a frase final de II constitui em um argumento para refutar a possível insatisfação do cliente provocada pelo que se diz em lamentamos não poder atendê-lo.