Nada se compara ao silêncio sobre os crimes cometidos
pela ditadura militar contra as populações indígenas. O documento de denúncia sobre esses crimes, o “Relatório Figueiredo”, foi produzido pelo próprio Estado brasileiro em
1967. Para apurar denúncias sobre práticas de corrupção, o
procurador-geral Jader de Figueiredo Correia percorreu com
sua equipe mais de 16 mil quilômetros, visitando 130 postos
indígenas em todo o Brasil. Ele incluiu relatos de dezenas de
testemunhas, apresentou documentos e identificou cada uma
das violações que encontrou. Também apurou as denúncias
sobre a existência de caçadas humanas de indígenas feitas
com metralhadoras e dinamite atiradas de aviões, inoculações propositais de varíola em populações indígenas isoladas e
doações de açúcar misturado ao veneno estricnina.
(Adaptado de STARLING, Heloisa Maria Murgel. Silêncios da ditadura. Revista Maracanan ,
[S. l.], n. 12, p. 37–46, 2015. P. 43-44.) A partir do texto e de seus conhecimentos, assinale a alternativa correta sobre as políticas da ditadura militar (1964-85) para
as populações indígenas.
✂️ a) na concepção ideológica do regime, os povos indígenas da
Amazônia poderiam preservar sua autonomia e modo de
vida se aceitassem viver nos territórios demarcados pela FUNAI (Fundação Nacional dos Povos Indígenas). ✂️ b) A violência contra os povos indígenas estava ligada às diretrizes de segurança interna que previam a integração do
território nacional por meio da ocupação da Amazônia e da
descaracterização de suas culturas. ✂️ c) Os projetos do nacional-desenvolvimentismo da Escola Superior de Guerra enfocavam os povos indígenas como reserva de mão-de-obra para o desenvolvimento econômico
da nação. ✂️ d) Na Ditadura Militar, a Escola Superior de Guerra era o órgão responsável pela demarcação das terras indígenas e
pela investigação das denúncias de corrupção na região da
Amazônia legal.