O cultivo extensivo de monoculturas em latifúndios faz com que
o Brasil esteja entre os maiores consumidores de agrotóxicos do
planeta. A contaminação ambiental, a exposição de
trabalhadores e o consumo de alimentos contaminados vêm se
tornando um sério problema de saúde pública no país, agravado
recentemente com a liberação do uso de diversos pesticidas,
incluindo produtos que são proibidos em outros países. Grande
parte dos casos de intoxicações agudas e crônicas por agrotóxicos
são subnotificados por falta da correlação do quadro clínico com
a exposição.
Entre os inseticidas utilizados para fins agrícolas estão os
organofosforados, cuja intoxicação aguda é caracterizada por:
✂️ a) inibição irreversível da enzima acetilcolinesterase, com
cefaleia, tontura, sonolência; danos aos nervos da face, à
audição, visão e equilíbrio; hepatotoxicidade e insuficiência
renal aguda; ✂️ b) inibição irreversível da enzima acetilcolinesterase com
sintomas irritativos das vias aéreas, como tosse não
produtiva, dispneia, sibilos noturnos, além de broncoespasmo
severo e edema agudo de pulmão nos casos mais graves; ✂️ c) inibição irreversível da enzima acetilcolinesterase, com
manifestações nicotínicas, muscarínicas e do sistema nervoso
central, tais como tremores, fraqueza, cansaço respiratório,
taquicardia, sudorese, miose, sialorreia, broncorreia e nível
alterado de consciência; ✂️ d) inibição irreversível da enzima acetilcolinesterase, com
tremores, fraqueza, cansaço respiratório, taquicardia,
sudorese, sialorreia, lesões no fígado, fibrose nos pulmões e
insuficiência renal que, normalmente, levam à morte; ✂️ e) inibição irreversível da enzima acetilcolinesterase, com
manifestações nicotínicas, do sistema nervoso central e
periférico, tais como tremores, fraqueza, cansaço
respiratório, taquicardia, sudorese, midríase, sialorreia,
brocoespasmos, paralisias periféricas, diarreia, nível alterado
de consciência e convulsões.