Um homem de aproximadamente 20 anos dá entrada no prontosocorro com lesão por projetil de arma de fogo em região
coxofemoral esquerda, além de agressões pelo corpo. O exame
na sala de trauma mostra um paciente muito agitado, com
orifício único de entrada não maior que 1,0 cm de diâmetro,
quatro centímetros abaixo da prega inguinal no terço externo da
face anterior da raiz da coxa. Tem trajeto levemente ascendente.
Não é visualizado orifício de saída. Há sangramento ativo no local
de um sangue claro e rutilante. O curativo que veio do
atendimento pré-hospitalar (empapado de sangue e coágulos)
não consegue conter o extravasamento. Uma radiografia mostra
um projetil alojado no colo do fêmur, que está fraturado e com
múltiplos pequenos fragmentos, e duas costelas fraturadas à
direita. O pulso femoral está diminuído, e há enorme hematoma
local que se estende por toda a coxa, porém com pulsos poplíteos
e distais palpáveis, isócronos e isóbaros, aos contralaterais,
embora finos bilateralmente.
Em uma primeira avaliação na sala de trauma, há que se supor
que se trata de:
✂️ a) grande lesão venosa, dado o volume do sangramento com
pulsos mantidos isóbaros e isócronos; ✂️ b) lesão da artéria femoral, dado o grande volume de
sangramento contido na musculatura e exteriorizado; ✂️ c) lesão apenas muscular pelo PAF, mas provavelmente sem
lesão vascular de tronco ou ramos arteriais; ✂️ d) lesão de ramos circunflexos e transversos calibrosos e de
grande fluxo, ainda que não haja lesão do feixe femoral; ✂️ e) sangramento compatível com lesão muscular e óssea apenas,
visto que o local e característica cominutiva de fratura do
fêmur tendem a sangrar muito.