Questões de Concursos Função Sintática dos Termos Sujeito

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1Q676623 | Português, Função Sintática dos Termos Sujeito, Oficial de Justiça, TJ RS, FGV, 2020

A frase abaixo em que a substituição do segmento sublinhado por
um advérbio foi feita de forma adequada é:
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2Q675426 | Português, Função Sintática dos Termos Sujeito, Contador, Prefeitura de Linhares ES, IBADE, 2020

Texto associado.
Leia o texto abaixo e responda ao que se pede.


O que faz as coisas darem certo


          Duas pessoas. Ambas têm a mesma escolaridade. A mesma origem social. As mesmas oportunidades. Por que a vida é generosa com uma e fecha a cara para a outra? O destino e a sorte têm pouco a ver com isso. O que tem a ver é o nosso comportamento. Coisas simples nas quais não prestamos atenção alguma. Coluna assumidamente autoajuda, aproveite a promoção.             Vou me demorar no que me parece mais importante: a forma com que cada um se comunica. A maioria dá o seu recado muito mal. Não estou me referindo apenas ao uso correto do português. A pessoa pode ser um acadêmico e mesmo assim ser um desastre ao transmitir o que pensa e o que deseja. Tampouco estou falando de sedução, xaveco. Estou falando de convocação para reuniões, convite para eventos, e-mails profissionais, bilhete para funcionários, mensagens de WhatsApp, postagens no perfil do Face e, claro, as conversas, todas elas: presenciais, telefônicas, gravação de áudios. A gente simplesmente reluta em deixar as coisas esclarecidas, não dá a informação completa, não contextualiza. É tudo racionado, fragmentado, e a culpa nem é dos atuais vícios tecnológicos: ser preguiçoso na comunicação vem da pré-história. Sempre foi assim. As pessoas acreditam que as outras são adivinhas, têm bola de cristal.
            “Olá, desculpe o atraso da resposta, muita correria, mas vamos em frente, queremos muito fechar um bate-papo com você. Pode ser dia 21 de outubro?” Exemplo que extraí da minha caixa de e-mails ontem, assinado por uma desconhecida. Fui checar na minha lista de excluídos se havia algum outro e-mail dela, para tentar descobrir do que se tratava. Havia. De fevereiro, quando ela fez um convite em nome de uma empresa. Ressurgiu agora como se tivesse pedido licença para ir ao banheiro e voltado em 10 minutos. Não, não posso dia 21, obrigada, fica para próxima.
           Fazemos isso o tempo todo: não nos apresentamos direito, não retornamos contatos, não damos coordenadas, não cumprimos o que prometemos, não deixamos lembretes, não confirmamos presença, não explicamos nossos motivos, não avisamos cancelamentos, não falamos toda a verdade, não tiramos as dúvidas, não perguntamos, não respondemos. Parece tudo tão desnecessário. Aí o universo não coopera e a gente não entende por quê.
        Além de se comunicar bem, há outros três grandes facilitadores na vida, coisas que interferem no modo como as pessoas nos analisam e que garantem nossa credibilidade: ser pontual, ser responsável e ser autêntico — esta última, das coisas mais cativantes, pois rara. Se o Papa Francisco não é presunçoso, por que raios você seria?

É quase inacreditável: as coisas dão certo por fatores que estão totalmente ao nosso alcance.

Martha Medeiros
Na frase “Parece tudo tão desnecessário.”, os termos destacados têm, respectivamente, as seguintes funções sintáticas.
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3Q667385 | Português, Função Sintática dos Termos Sujeito, Guarda Municipal, Prefeitura de Vinhedo SP, IBFC, 2020

Texto associado.

Texto I

    Naquele tempo o mundo era ruim. Mas depois se consertara, para bem dizer as coisas ruins não tinham existido. No jirau da cozinha arrumavam-se mantas de carne-seca e pedaços de toicinho. A sede não atormentava as pessoas, e à tarde, aberta a porteira, o gado miúdo corria para o bebedouro. Ossos e seixos transformavam-se às vezes nos entes que povoavam as moitas, o morro, a serra distante e os bancos de macambira.

    Como não sabia falar direito, o menino balbuciava expressões complicadas, repetia as sílabas, imitava os berros dos animais, o barulho do vento, o som dos galhos que rangiam na catinga, roçando-se. Agora tinha tido a ideia de aprender uma palavra, com certeza importante porque figurava na conversa de sinha Terta. Ia decorá-la e transmiti-la ao irmão e à cachorra. Baleia permaneceria indiferente, mas o irmão se admiraria, invejoso.

    - Inferno, inferno.

    Não acreditava que um nome tão bonito servisse para designar coisa ruim. E resolvera discutir com sinha Vitória. Se ela houvesse dito que tinha ido ao inferno, bem. Sinha Vitória impunha-se, autoridade visível e poderosa. Se houvesse feito menção de qualquer autoridade invisível e mais poderosa, muito bem. Mas tentara convencê-lo dando-lhe um cocorote, e isto lhe parecia absurdo. Achava as pancadas naturais quando as pessoas grandes se zangavam, pensava até que a zanga delas era a causa única dos cascudos e puxavantes de orelhas. Esta convicção tornava-o desconfiado, fazia-o observar os pais antes de se dirigir a eles. Animara-se a interrogar sinha Vitória porque ela estava bem-disposta. Explicou isto à cachorrinha com abundância de gritos e gestos.


(RAMOS, Graciliano. Vidas Secas. Rio de Janeiro/São Paulo: Record, 2009, p. 59-60) 



Em “No jirau da cozinha arrumavam-se mantas de carne-seca e pedaços de toicinho.” (1º§), ao analisar sintaticamente a oração, deve-se classificar seu sujeito como:
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4Q709671 | Português, Função Sintática dos Termos Sujeito, Vigia, CODESG SP, Consulplan, 2019

Texto associado.

    Além das palavras

                 Pesquisadores da USP elaboraram uma lista de gestos,

                   posturas e outras pistas visuais que podem auxiliar o

           médico na avaliação dos pacientes e diagnóstico da depressão.

      No consultório psiquiátrico, apenas uma parte das informações é verbalizada pelos pacientes. Outra tem a ver com o olhar do médico: uma avaliação de gestos, posturas e outros sinais que podem ajudar a compreender o estado de saúde mental em que uma pessoa se encontra. Uma proposta de sistematização desse ‘olho clínico’ foi apresentada por pesquisadores do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (USP), que elaboraram um checklist de posturas, gestos e expressões típicos de pacientes com depressão.

      O estudo foi realizado no Hospital das Clínicas e no Hospital Universitário, ambos ligados à USP, sob a supervisão da farmacologista Clarice Gorenstein. Em vez de seguirem apenas o protocolo corrente de diagnóstico de depressão, baseado em perguntas e respostas, avaliadores preencheram um formulário detalhado sobre as expressões faciais e corporais dos pacientes durante entrevistas clínicas. As entrevistas também foram filmadas, para análise objetiva do comportamento dos pacientes.

      “Elaboramos uma lista de comportamentos corporais favoráveis ou não ao contato social para analisar os pacientes, além de fazer as perguntas padrão”, relata a pesquisadora e psicóloga Juliana Teixeira Fiquer, que realizou seu pós-doutorado com o estudo. “Sinais como inclinar o corpo para frente na direção do entrevistador, ou encolher os ombros, fazer movimentos afirmativos ou negativos com a cabeça, fazer contato ocular ou não, rir ou chorar são alguns dos 22 comportamentos que selecionamos”, exemplifica.

      Fiquer contou à CH Online que todos os pacientes do grupo com depressão tiveram melhora nos parâmetros sugestivos de contato social. “Os pacientes mostraram, após o período de tratamento, um aumento no contato ocular com o entrevistador, além de sorrir mais e demonstrar avanços em relação a outros comportamentos sugestivos de interesse social”, relata.

      “Queremos criar um método científico que considere aquilo que até então é colocado no território das impressões no diagnóstico da depressão.”

      Para a pesquisadora, o trabalho representa um passo importante na sinalização de que informações emocionais relevantes são transmitidas no contato interpessoal entre clínico e paciente, que até então eram atribuídas exclusivamente à subjetividade do médico na hora de fazer o diagnóstico.

      O psiquiatra e psicanalista Elie Cheniaux, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, sugere que a linguagem não verbal é uma ferramenta importante para mensurar a tristeza, que é um dos componentes da depressão, mas não a única. “A linguagem não verbal não dá uma visão global do quadro do paciente”, argumenta.

(João Paulo Rossini. Instituto Ciência Hoje – RJ. Em abril de 2016. Com adaptações.)

Levando em consideração que o sujeito é um dos elementos mais importantes da oração, já que é responsável por realizar ou sofrer uma ação verbal, designando o ser a respeito do qual se declara alguma coisa, assinale a afirmativa transcrita do texto que evidencia sujeito oculto.
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5Q708653 | Português, Função Sintática dos Termos Sujeito, Agente Fiscal de Postura, Prefeitura de Suzano SP, Consulplan, 2019

Texto associado.

      Leniro leu um jornal pela primeira vez aos 40 anos. Hoje, aos 50 e poucos, só lamenta não ter podido se deliciar com as entrevistas do Pasquim quando tinha 20 e tantos. Agora, ainda que os jornais e revistas não facilitem muito, ele lê de tudo.

      Leniro é cego. Ele lê graças a um programa de computador, com sintetizador de voz, criado no Núcleo de Computação Eletrônica da Universidade Federal do Rio de Janeiro por um professor chamado Antonio Borges. Ao encontrar um aluno cego, Marcelo Pimentel, na sua sala da disciplina de computação gráfica, Antonio descobriu que precisava inventar algo que tornasse possível aos deficientes visuais ter acesso ao computador e à internet. Isso era início dos anos 90 e, naquele momento, as opções existentes eram bastante precárias. Antonio criou um programa chamado Dosvox, que permite aos cegos acessar a internet, ler e escrever, mandar e receber e-mails, participar de chats e trocar ideias como qualquer um que pode ver.

      Até então, cegos como Leniro viviam num universo restrito. Muito pouco era convertido ao braille. E, se um cego escrevesse em braille, seria lido apenas entre cegos. Também havia as fitas cassetes, com a gravação de livros lidos em voz alta. Mas era sempre a leitura de um outro. E continuavam sendo poucos os livros disponíveis em fitas. Jornais e revistas em geral só podiam ser alcançados se alguém se oferecesse para ler em voz alta. A internet era inacessível. E o mundo, muito pequeno. E pouco permeável.

      Eu nunca tinha parado para enxergar o mundo de Leniro. Ali, a cega era eu. Começamos a conversar por e-mail. Fiz uma pergunta atrás da outra. Fazia tempo que não me sentia tão criança ao olhar para uma realidade nova. De novo, eu estava na fase dos porquês. Só faltou perguntar de onde vinham os bebês… Acho até que importunei o Leniro com minhas perguntas seriadas.

      Como é o teclado? O que você sente? Leniro teve muita paciência comigo. Graças à aparição dele na minha vida, percebi que olhar para a deficiência apenas como a falta de algo, de um sentido, não é toda a verdade. Não só não é toda a verdade, como é um modo pobre de enxergar. Dentro de mim, surgiu algo novo: o reconhecimento de um mundo diverso, com possibilidades diversas.

Para um cego, desbravar a internet se assemelha a uma daquelas viagens dos grandes navegadores do passado. Os sites pouco se preocupam em ser acessíveis para quem não pode ver e há monstros marinhos escondidos logo ali. Para os cegos, uma mudança de layout é uma tempestade daquelas capazes de virar o barco. Pesquisando na internet sobre o tema, encontrei a página pessoal da educadora cega Elisabet Dias de Sá. Em um dos textos, assim ela explica a epopeia: “guardadas as devidas proporções, navegar na web é como aventurar-se pelas ruas e avenidas da cidade guiada por uma bengala, exposta ao perigo e a toda sorte de riscos decorrentes dos obstáculos, suspensos ou ao rés do chão, espalhados pelas vias públicas”.

      Há vários modos de ser cego. Aqueles com quem converso têm uma deficiência visual-orgânica, concreta. Mas criaram outras maneiras de se conectar ao mundo, outras formas de enxergar. O mais triste é quando nosso sistema visual funciona perfeitamente, mas só enxergamos o óbvio, o que estamos condicionados a ver. Quando acordamos, a cada manhã, as cenas da nossa vida se repetem como se assistíssemos sempre ___ mesmo filme. Às vezes, choramos diante da tela não por emoção, mas pela falta dela. O filme é chato, mas sabemos o que vai acontecer em cada cena. É chato, mas é seguro. Em nome da segurança, abrimos mão de experimentar novos enredos, tememos nos arriscar ___ possibilidade do diferente, temos tanto medo que fechamos os olhos ao espanto do mundo.

       Ser cego é não ver o mundo do outro por estarmos fechados ao que é diferente de nós. Nem sei dizer o quanto meu universo se ampliou ao ser vista por Leniro. A vida é sempre surpreendente quando não temos medo dela: foi preciso que os cegos me vissem para que eu os enxergasse. E, depois deles, tornei-me menos cega.

(Texto adaptado especialmente para esta prova. Disponível em http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI99114- 15230,00-A+CEGA+ERA+EU.html. Acesso em: 25/10/2019.)

Considerando a oração “A internet era inacessível” (3º§), é correto afirmar que o conteúdo assinalado é seu:
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6Q681262 | Português, Função Sintática dos Termos Sujeito, Sargento da Aeronáutica Aeronavegantes e Não Aeronavegantes, EEAR, Aeronáutica, 2019

Em qual alternativa o nome Maria não é um vocativo?
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7Q684597 | Português, Função Sintática dos Termos Sujeito, Assistente em Administração, UFPB, AOCP, 2019

Texto associado.
O vento gemera durante o dia todo e a chuva fustigara as janelas com tal fúria que mesmo ali, no coração da grande Londres feita de homens, éramos obrigados a afastar a mente da rotina da vida por um instante e reconhecer a presença daquelas grandes forças elementares que gritam para a humanidade através das grades de sua civilização, como animais indomáveis numa jaula. À medida que a noite se fechava, a tempestade ficava mais intensa e mais ruidosa; na chaminé, o vento chorava e soluçava como uma criança. Adaptado de: Doyle, A. C. Um caso de Sherlock Holmes: as cinco sementes de laranja. Tradução de Maria Luiza X. de A. Borges. Rio de Janeiro: Zahar, 2011. p. 142.

No trecho “[...] a presença daquelas grandes forças elementares que gritam para a humanidade [...]”, o “que” funciona morfologicamente como pronome relativo e exerce a função sintática de
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8Q707386 | Português, Função Sintática dos Termos Sujeito, Contador, JARU PREVI RO, IBADE, 2019

Texto associado.
                                                                                                                            TEMPOS MODERNOS 
            Não tendo assistido à inauguração dos bonds elétricos, deixei de falar neles. Nem sequer entrei em algum, mais tarde, para receber as impressões da nova tração e contá-las. Daí o meu silêncio da outra semana. Anteontem, porém, indo pela Praia da Lapa, em um bond comum, encontrei um dos elétricos, que descia. Era o primeiro que estes meus olhos viam andar. (...) 
            De repente ouvi vozes estranhas, pareceu-me que eram burros que conversavam, inclinei-me (ia no banco da frente); eram eles mesmos. Como eu conheço um pouco a língua dos Houyhnhnms, pelo que dela conta o famoso Gulliver, não me foi difícil apanhar o diálogo. Bem sei que cavalo não é burro, mas reconheci que a língua era a mesma. O burro fala menos, decerto, é talvez o trapista daquela grande divisão animal, mas fala. Fiquei inclinado e escutei:             - Tens e não tens razão, respondia o da direita ao da esquerda. 
            O da esquerda: 
            - Desde que a tração elétrica se estenda a todos os bonds, estamos livres, parece claro. 
            - Claro parece, mas entre parecer e ser, a diferença é grande. (...) O bond elétrico apenas nos fará mudar de senhor. 
            - De que modo? 
            - Nós somos bens da companhia. Quando tudo andar por arames, não somos já precisos, vendem-nos. Passamos naturalmente às carroças. 
            - Pela burra de Balaão! exclamou o burro da esquerda. Nenhuma aposentadoria? Nenhum prêmio? Nenhum sinal de gratificação? Oh, mas onde está a justiça deste mundo? 
            - Passaremos às carroças – continuou o outro pacificamente – onde a nossa vida será um pouco melhor; não que nos falte pancada, mas o dono de um burro sabe mais o que ele lhe custou. Um dia, a velhice, a lazeira, qualquer cousa que nos torne incapaz restituir-nos-á a liberdade... 
            - Enfim! 
            - Ficaremos soltos na rua, por pouco tempo, arrancando alguma erva que aí deixem crescer para recreio da vista. Mas que valem duas dentadas de erva, que nem sempre é viçosa? Enfraqueceremos, a idade ou a lazeira ir-nos-á matando, até que, para usar esta metáfora humana – esticaremos a canela. Então teremos a liberdade de apodrecer. Ao fim de três dias, a vizinhança começa a notar que o burro cheira mal; conversação e queixumes. No quarto dia, um vizinho, mais atrevido, corre aos jornais, conta o fato e pede uma reclamação. No quinto dia sai a reclamação impressa. No sexto dia, aparece um agente, verifica a exatidão da notícia; no sétimo, chega uma carroça, puxada por outro burro, e leva o cadáver. 
            Seguiu-se uma pausa. 
            - Tu és lúgubre, disse o burro da esquerda, não conheces a língua da esperança. 
            - Pode ser, meu colega; mas a esperança é própria das espécies fracas, como o homem e o gafanhoto; o burro distingue-se pela fortaleza sem par. A nossa raça é essencialmente filosófica. Ao homem que anda sobre dois pés, e provavelmente a águia, que voa alto, cabe a ciência da astronomia. Nós nunca seremos astrônomos. Mas a filosofia é nossa. Todas as tentativas humanas a este respeito são perfeitas quimeras. 
                                                   (Machado de Assis, Crônica de 16 de outubro de 1892) 
Trapista: relativo à ordem religiosa da Trapa, ramo beneditino dos cistercienses, fundada em 1140. 
“Pode ser, MEU COLEGA ...” 
A expressão destacada tem a função sintática de:
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9Q692286 | Português, Função Sintática dos Termos Sujeito, Contador, Câmara Municipal de Fortaleza CE, FCC, 2019

Texto associado.
  Em 1925, um estudante de farmácia e jovem poeta que assinava Carlos Drummond publicou um artigo afirmando que, em relação a Machado de Assis, o melhor a fazer era repudiá-lo. Cheio de ímpeto juvenil, considerava o criador de Brás Cubas um “entrave à obra de renovação da cultura geral”. Na correspondência que manteve com Mário de Andrade nas décadas de 1920 e 1930, Machado também teria papel crucial no embate acerca da tradição. Nas cartas, o escritor volta e meia surge como encarnação de um passado a ser descartado.
  Décadas mais tarde, em 1958, Drummond publicou o poema “A um bruxo, com amor”, uma das mais belas homenagens de escritor para escritor na literatura brasileira. Um único verso dá a medida do elogio: “Outros leram da vida um capítulo, tu leste o livro inteiro”. O poema compõe-se de frases do escritor, cujo cinquentenário de morte então se comemorava. O poeta maduro, que agora assinava Carlos Drummond de Andrade, emprestava palavras do próprio Machado para compor um epíteto que ganharia ampla circulação, o “bruxo do Cosme Velho”. O que teria se passado com Drummond para mudar tão radicalmente de posição?
  Harold Bloom descreve as razões que marcam a relação entre escritores de diferentes gerações. O processo passa pela ironia do mais jovem em relação ao seu precursor; pelo movimento que marca a construção de um sublime que se contrapõe ao do precursor; e, finalmente, pela reapropriação do legado.
  A assimilação dificultosa do passado é também um processo vivido pela geração de Drummond. Os antepassados foram vistos muitas vezes como obstáculos aos desejos de renovação que emergiram a partir da década de 1910 em vários pontos do Brasil. E tanto no âmbito individual como no geracional, Machado surge como emblema do antigo. Alguém que fora sepultado com os elogios fúnebres de Rui Barbosa e Olavo Bilac não podia deixar de ser uma pedra no caminho para escritores investidos do propósito de romper com as convenções. Até Drummond chegar à declaração de respeito, admiração e amor, foi um longo percurso. Pouco a pouco, Machado deixa de ser ameaça para se tornar uma presença imensa que ocupa a imaginação do poeta.
(Adaptado de: GUIMARÃES, Hélio de Seixas. Amor nenhum dispensa uma gota de ácido. São Paulo: Três Estrelas, 2019, p. 9-30.)

O termo sublinhado pode ser substituído pelo que se encontra entre parênteses em:
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10Q708941 | Português, Função Sintática dos Termos Sujeito, Assistente de Administração, Prefeitura de Sonora MS, MS CONCURSOS, 2019

Em “Estudiosos britânicos já consideram o sedentarismo uma epidemia”, os termos grifados são:
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11Q683623 | Português, Função Sintática dos Termos Sujeito, Médico Cirurgia Geral, UFF, COSEAC, 2019

Texto associado.
                                       A DISCIPLINA DO AMOR
                                                                     Lygia Fagundes Telles
                    Foi   na   França,   durante    a    Segunda   Grande
             Guerra:   um   jovem tinha um cachorro que todos os
             dias,  pontualmente,  ia  esperá-lo  voltar do trabalho.
             Postava-se  na  esquina,  um  pouco antes das seis da
5           tarde.  Assim   que  via  o  dono,  ia  correndo  ao  seu
             encontro e na maior alegria acompanhava-o com seu
             passinho   saltitante  de  volta  à  casa. A vila inteira já
             conhecia   o   cachorro  e  as  pessoas  que  passavam
             faziam-lhe   festinhas   e   ele   correspondia,  chegava
10         até   a   correr   todo animado atrás dos mais íntimos.
             Para   logo   voltar   atento   ao   seu   posto  e ali ficar
             sentado  até  o momento em que seu dono apontava
             lá longe.
                    Mas   eu   avisei   que  o  tempo  era  de  guerra, o
15         jovem   foi   convocado. Pensa que o cachorro deixou
             de   esperá-lo?  Continuou   a   ir   diariamente   até   a
             esquina,  fixo  o  olhar  naquele  único ponto, a orelha
             em  pé,  atenta ao menor ruído que pudesse indicar a
             presença      do     dono     bem - amado.    Assim   que
20         anoitecia,   ele   voltava  para  casa  e  levava  sua vida
             normal  de cachorro, até chegar o dia seguinte. Então,
             disciplinadamente,  como se tivesse um relógio preso
             à pata,  voltava  ao  posto de espera. O jovem morreu
             num          bombardeio,        mas         no         pequeno
25         coração   do   cachorro,  não   morreu    a   esperança.
             Quiseram prendê-lo, distraí-lo. Tudo em vão. Quando
              ia    chegando   aquela   hora,  ele   disparava  para  o
              compromisso    assumido,   todos  os  dias.
                    Todos    os    dias,    com   o   passar   dos   anos (a
30         memória    dos    homens!),   as    pessoas   foram   se
              esquecendo    do    jovem   soldado   que  não voltou.
              Casou-se    a   noiva   com   um  primo.  Os familiares
              voltaram-se   para outros familiares. Os amigos para
              outros    amigos.   Só  o  cachorro  já  velhíssimo  (era
35          jovem quando o jovem partiu) continuou a esperá-lo
              na sua esquina.
                     As    pessoas   estranhavam,    mas    quem   esse
              cachorro   está  esperando?  Uma tarde (era inverno),
              ele   lá   ficou,  o focinho voltado para aquela direção.
        TELLES, Lygia Fagundes. A disciplina do amor. Disponível em:
< http://claricemenezes.com.br/2018/02/05/a-disciplina-doamor/>.
Acesso em jan. 2019.
O termo destacado em “Casou-se a noiva com um primo” (linha 32) exerce a função sintática de
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13Q707742 | Português, Função Sintática dos Termos Sujeito, Analista Ambiental, Prefeitura de Suzano SP, Consulplan, 2019

Texto associado.

Faces do futuro


      Se há um choque de princípios que marcará a sociedade nos próximos anos é aquele entre a comodidade e a segurança, de um lado, e a privacidade, de outro.

      Como mostrou reportagem do jornal The New York Times reproduzida por esta Folha, avanços no campo do reconhecimento de faces por computador lançam novos dilemas. Empresas podem reter dados faciais de seus clientes? Devem obter autorização para fazê-lo? E o que dizer do governo?

      Hoje em dia, algumas companhias conseguem, usando bancos de dados gigantescos e algoritmos relativamente simples, rastrear os hábitos dos consumidores a ponto de conhecer sua intimidade. Uma rede de varejo norte-americana, por exemplo, desenvolveu um método para detectar a gravidez de suas clientes. Com a informação vieram ofertas irresistíveis.

      Investidas como essas se sobrepõem a outros avanços tecnológicos, como câmeras de vigilância mais potentes e chips de cartões bancários capazes de revelar quanto o cidadão gastou e onde ele esteve. A isso se somam os drones, que localizam, e eventualmente liquidam, até quem se esconde nas áreas mais remotas do planeta.

      Agências governamentais não hesitam em usar tais métodos para a bisbilhotice em massa.

      Reconheça-se, porém, que a maioria das pessoas se entrega voluntariamente a essa hipervigilância – para nada dizer da superexposição vista nas redes sociais. 

      Cadastros na internet podem trazer, como contrapartida, ofertas personalizadas por e-mail, que representam inegável conforto. A utilização da tecnologia de ponta pelas polícias, por sua vez, aumenta a capacidade de prevenir e resolver crimes, ampliando a sensação de segurança da população.

      Para que o cruzamento de ferramentas como grandes bancos de dados, reconhecimento facial, câmeras de vigilância e drones não se aproxime demais da distopia de George Orwell em 1984, é crucial que sejam criados limites.

      Um bom começo seria determinar que dispositivos dessa natureza só sejam usados com a ciência do cidadão, a quem cabe decidir se quer fazer parte da trama.

(Por ‘FSP’ em 17/06/2014 na edição 803. Disponível em: http://observatoriodaimprensa.com.br/e-noticias/_ed803_faces_do_futuro/.)

A escolha do enunciador pela expressão explícita do sujeito da oração pode ser reconhecida apenas em:
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14Q710079 | Português, Função Sintática dos Termos Sujeito, Contador, JARU PREVI RO, IBADE, 2019

Texto associado.
                                                                                                                            TEMPOS MODERNOS 
            Não tendo assistido à inauguração dos bonds elétricos, deixei de falar neles. Nem sequer entrei em algum, mais tarde, para receber as impressões da nova tração e contá-las. Daí o meu silêncio da outra semana. Anteontem, porém, indo pela Praia da Lapa, em um bond comum, encontrei um dos elétricos, que descia. Era o primeiro que estes meus olhos viam andar. (...) 
            De repente ouvi vozes estranhas, pareceu-me que eram burros que conversavam, inclinei-me (ia no banco da frente); eram eles mesmos. Como eu conheço um pouco a língua dos Houyhnhnms, pelo que dela conta o famoso Gulliver, não me foi difícil apanhar o diálogo. Bem sei que cavalo não é burro, mas reconheci que a língua era a mesma. O burro fala menos, decerto, é talvez o trapista daquela grande divisão animal, mas fala. Fiquei inclinado e escutei:             - Tens e não tens razão, respondia o da direita ao da esquerda. 
            O da esquerda: 
            - Desde que a tração elétrica se estenda a todos os bonds, estamos livres, parece claro. 
            - Claro parece, mas entre parecer e ser, a diferença é grande. (...) O bond elétrico apenas nos fará mudar de senhor. 
            - De que modo? 
            - Nós somos bens da companhia. Quando tudo andar por arames, não somos já precisos, vendem-nos. Passamos naturalmente às carroças. 
            - Pela burra de Balaão! exclamou o burro da esquerda. Nenhuma aposentadoria? Nenhum prêmio? Nenhum sinal de gratificação? Oh, mas onde está a justiça deste mundo? 
            - Passaremos às carroças – continuou o outro pacificamente – onde a nossa vida será um pouco melhor; não que nos falte pancada, mas o dono de um burro sabe mais o que ele lhe custou. Um dia, a velhice, a lazeira, qualquer cousa que nos torne incapaz restituir-nos-á a liberdade... 
            - Enfim! 
            - Ficaremos soltos na rua, por pouco tempo, arrancando alguma erva que aí deixem crescer para recreio da vista. Mas que valem duas dentadas de erva, que nem sempre é viçosa? Enfraqueceremos, a idade ou a lazeira ir-nos-á matando, até que, para usar esta metáfora humana – esticaremos a canela. Então teremos a liberdade de apodrecer. Ao fim de três dias, a vizinhança começa a notar que o burro cheira mal; conversação e queixumes. No quarto dia, um vizinho, mais atrevido, corre aos jornais, conta o fato e pede uma reclamação. No quinto dia sai a reclamação impressa. No sexto dia, aparece um agente, verifica a exatidão da notícia; no sétimo, chega uma carroça, puxada por outro burro, e leva o cadáver. 
            Seguiu-se uma pausa. 
            - Tu és lúgubre, disse o burro da esquerda, não conheces a língua da esperança. 
            - Pode ser, meu colega; mas a esperança é própria das espécies fracas, como o homem e o gafanhoto; o burro distingue-se pela fortaleza sem par. A nossa raça é essencialmente filosófica. Ao homem que anda sobre dois pés, e provavelmente a águia, que voa alto, cabe a ciência da astronomia. Nós nunca seremos astrônomos. Mas a filosofia é nossa. Todas as tentativas humanas a este respeito são perfeitas quimeras. 
                                                   (Machado de Assis, Crônica de 16 de outubro de 1892) 
Trapista: relativo à ordem religiosa da Trapa, ramo beneditino dos cistercienses, fundada em 1140. 
O trecho “O burro fala menos, decerto, é talvez o trapista daquela divisão animal, mas fala.”, apresenta período: 
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15Q684992 | Português, Função Sintática dos Termos Sujeito, Auditor de Controle Interno, Prefeitura de Porto Alegre RS, FUNDATEC, 2019

Texto associado.
Instrução: As questões de números 01 a 10 referem-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do texto estão citados nas questões.                                                                                                                    
                               Auditoria interna e sua importância para as organizações
                                                                                                                        
                                                                                                                         Equipe Portal da Contabilidade
01             A auditoria interna – constituída por um conjunto de procedimentos técnicos – ___ por
02 objetivo examinar a integridade, adequação e eficácia dos controles internos e das informações
03 físicas, contábeis, financeiras e operacionais da Entidade.
04             Sem tais indagações, a organização pode ficar à mercê de fraudes, erros, ineficiências e
05 outras irregularidades, praticadas por agentes internos (administradores, colaboradores) ou
06 externos (clientes, fornecedores).
07             ___________-se procedimentos de auditoria interna: exames, incluindo testes de
08 observância e testes substantivos, que permitem ao auditor interno obter provas suficientes para
09 fundamentar suas conclusões e recomendações.
10             A auditoria interna é de suma importância para as organizações, desempenhando papel
11 de grande relevância, ajudando a eliminar desperdícios, simplificar tarefas, servir de ferramenta
12 de apoio à gestão e transmitir informações aos administradores sobre o desenvolvimento das
13 atividades executadas.
14             A gestão de controles implica na elaboração de procedimentos internos, sua execução e
15 avaliação, visando eficácia na manutenção e criação do controle interno. A ausência de controle
16 administrativo, dentre outras consequências, torna todo sistema de contabilidade inadequado,
17 por falta de confiança em suas informações e em seus relatórios.
18 Sendo a auditoria interna importante como controle administrativo, ela verifica a
19 existência dos controles internos e procura contribuir para o seu aprimoramento. Essa
20 ferramenta tão preciosa, além de verificar se as normas internas estão sendo seguidas, procura
21 avaliar se há necessidade de novas normas, procedimentos e controles mais adequados e ágeis.
22             O objetivo da auditoria interna é beneficiar a organização com melhor controle de seu
23 patrimônio, procurando reduzir a ineficiêncianegligência, incapacidade, erros e fraudes. A
24 realização de procedimentos regulares visando identificar as falhas e preveni-las, reforçando os
25 controles, ______________ para qualquer gestão organizacional. Neste sentido, a auditoria
26 interna, preventivamente, realiza a análise da adequação dos mecanismos de controle, visando
27 maior segurança patrimonial e confiabilidade nos relatórios contábeis e gerenciais.
28             O auditor interno deve obter, analisar, interpretar e documentar as informações físicas,
29 contábeis, financeiras e operacionais para dar suporte aos resultados de seu trabalho.
30             Através do relatório, o auditor interno prescreverá recomendações e as providências, as
31 quais devem ser tomadas pela administração. Portanto, não basta a simples existência do
32 aparato de auditoria, mas a responsável implementação das recomendações e procedimentos
33 cabíveis às rotinas organizacionais. Daí sua importância como instrumento de mudança e
34 controle.
        Disponível em: Fonte: http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas – adaptação.
Relativamente aos nexos e operadores sequenciais utilizados no texto, avalie as afirmações que seguem, assinalando V, se verdadeiras, ou F, se falsas.
( ) Na linha 20, o elemento ‘além de’ liga enunciados que constituem argumentos para a mesma conclusão.
( ) ‘Portanto’ (l. 31) introduz um enunciado de valor conclusivo em relação ao que foi dito; poderia ser substituído por ‘logo’ ou ainda por ‘por conseguinte’.
( ) ‘mas’ (l. 32) introduz um enunciado que contrasta com o que foi dito anteriormente, observando- se que prevalece a orientação introduzida por esse operador.
A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:
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16Q690884 | Português, Função Sintática dos Termos Sujeito, Secretário de Escola, Prefeitura de Sapucaia do Sul RS, FUNDATEC, 2019

Texto associado.
TEXTO I                              Eu amo os meus defeitos. E você? Deveria... 
                                                                                                                                               Mônica Salgado
01     A questão que se coloca neste texto é: somos programados para querer tudo. Sem isso ou
02 aquilo. É isso e aquilo. Com roupas de grife, conta bancária polpuda, férias descoladas, coach,
03 masterclass com o Karnal, amigos fiéis e divertidos, um propósito profissional e muita meditação.
04     Ah, e a regra é clara: não postou, não aconteceu. Viver para dentro não tem a menor graça, não
05 dá likes nem gera engajamento. Fomos da sociedade do ser ___ sociedade do ter. Chegamos
06 agora ___ sociedade do parecer. Só aparece o que parece ser bom. Só parece ser bom o que
07 aparece.
08     Num mundo de culto excessivo ___ positividade superficial das redes sociais; de ode ___
09 gratidão suprema (pedir? Nunca! Afinal, já temos tanto); num planeta onde a grama verde do
10 vizinho é vista através de olhos míopes com óculos cor de rosa, felicidade, fama e sucesso
11 parecem prêmios certeiros de uma existência robótico-ensaiada. Se você não chegou lá, não
12 agradeceu o suficiente. Não meditou como poderia. Ou não leu a autoajuda best-seller da vez.
13 Sentiu raiva, inveja, cobiçou algo de alguém. Logo, não merece ser agraciado com a plenitude
14 que só abençoa os perfeitinhos bem-intencionados e politicamente corretos que habitam o
15 mundo digital.
16     Basicamente, se eu não realizo o que desejo num mundo que anuncia tudo ser possível, é
17 como se a deficiência fosse minha. Certo? NÃO!!! Não há nada mais humano do que a falta, a
18 falha, a deficiência, a fraqueza, a síndrome de impostor, a sombra, o lado B. Por que, então,
19 pega tão mal admitir que sentimos isso tudo?
20     E tudo bem não estar sempre bem – ainda que você pareça a única. Minha alma é
21 bifurcada. Tem sombra e tem luz. Kharma e dharma. Não sou caricatura de Instagram: sou real.
22     Me deixem, portanto, na minha sombrinha ocasional em paz. Me deixem lamber as feridas que,
23 numa boa, só eu sei que tenho. Com licença: deixem-me xingar, me lamentar, autodepreciar,
24 chorar... Valorizo minhas bênçãos, mas reverencio minhas fraquezas também. Graças a esse
25 combo, eu sou eu.
26     Que saibamos, eu e você, aceitar, acolher e amar isso em nós. Isso é, afinal, ser humano!
                                                    Excerto adaptado. Disponível em: https://gauchazh.clicrbs.com.br/
Na linha 16, temos a expressão “que anuncia tudo ser possível”. Assinale a alternativa que explica corretamente a função de sentido dessa expressão no texto, bem como sua equivalência com termos sintáticos.
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17Q693972 | Português, Função Sintática dos Termos Sujeito, Técnico de Laboratório Área Física, UFERSA, Ufersa, 2019

Texto associado.

A MARCHA DA FOME

As migrações maciças só se reduzirão quando a cultura democrática se estender pela África e demais países do Terceiro Mundo

Mário Vargas Llosa


Quando em 13 de outubro de 2018 saíram da cidade hondurenha de San Pedro Sula, eram umas poucas centenas. Três semanas depois, enquanto escrevo este artigo, são já quase oito mil. Somou-se a eles uma grande quantidade de salvadorenhos, guatemaltecos, nicaraguenses e sem dúvida também alguns mexicanos. Avançaram uns mil e tantos quilômetros, andando dia e noite, dormindo no caminho, comendo oque gente caridosa e tão miserável como eles mesmos lhes oferece ao passarem. Acabam de entrar em Oaxaca, e ainda lhes falta metade do percurso.

São homens e mulheres e crianças pobres, muito pobres, e fogem da pobreza, da falta de trabalho, da violência que antes era só dos maus patrões e da polícia, e agora é, sobretudo, a das maras, essas quadrilhas de foragidos que os obrigam a trabalhar para elas, carregando ou vendendo drogas, e, caso se neguem, matando-os a punhaladas e lhes infligindo atrozes torturas. Aonde vão? Aos Estados Unidos, claro. Por quê? Porque é um país onde há trabalho, onde poderão economizar e mandar remessas a seus familiares que os salvem da fome e do desamparo centro-americano, porque lá há bons colégios e uma segurança e uma legalidade que em seus países não existe. Sabem que o presidente Trump disse que eles são uma verdadeira praga de meliantes, de estupradores, que trazem doenças, sujeira e violência, e que ele não permitirá essa invasão e mobilizará pelo menos 15.000 policiais, e que, se lhes atirarem pedras, estes dispararão para matar. Mas, não se importam: preferem morrer tentando entrar no paraíso à morte lenta e sem esperanças que os espera onde nasceram, ou seja, no inferno. (...)

O avanço dos milhões de miseráveis deste mundo sobre os países prósperos do Ocidente gerou uma paranoia sem precedentes na história, a tal ponto que tanto nos Estados Unidos como na Europa Ocidental ressuscitam fobias que se acreditavam extintas, como o racismo, a xenofobia, o nacionalismo, os populismos de direita e de esquerda e uma violência política crescente. Um processo que, se continuar assim, poderia destruir talvez a mais preciosa criação da cultura ocidental, a democracia, e restaurar aquela barbárie da que acreditávamos nos haver livrado, a que afundou a América Central e a boa parte da África neste horror de que tentam escapar tão dramaticamente seus naturais. (...)

O problema da imigração ilegal não tem solução imediata, e tudo o que se diga em contrário é falso,começando pelos muros que Trump queria levantar. Os imigrantes continuarão entrando pelo ar ou pelo subsolo enquanto os Estados Unidos forem esse país rico e com oportunidades, o ímã que os atrai. E o mesmo se pode dizer da Europa. A única solução possível é que os países dos quais os migrantes fogem fossem prósperos, algo que está hoje em dia ao alcance de qualquer nação, mas que os países africanos, centro-americanos e de boa parte do Terceiro Mundo rejeitaram por cegueira, corrupção e fanatismo político. (...)

As migrações maciças só se reduzirão quando a cultura democrática se estender pela África e demais países do Terceiro Mundo, e os investimentos e o trabalho elevarem os níveis de vida de modo que nessas sociedades haja a sensação entre os pobres de que é possível sair da pobreza trabalhando. Isso agora está ao alcance de qualquer país, por mais necessitado que seja. Hong Kong o era há um século, e deixou de sê-lo em poucos anos ao se voltar para o mundo e criar um sistema aberto e livre, garantido por uma legalidade muito rigorosa. Tanto que a China Popular respeitou esse sistema, embora reduzindo radicalmente sua liberdade política.

Disponível em: https://brasil.elpais.com. Acesso em 19 novembro 2018. (adaptado)


Leia:

O avanço dos milhões de miseráveis deste mundo sobre os países prósperos do Ocidente gerou uma paranoia sem precedentes na história (...)

O núcleo do sujeito com o qual o verbo gerou concorda, nessa oração, é:

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18Q685025 | Português, Função Sintática dos Termos Sujeito, Técnico em Mecânica, UFF, COSEAC, 2019

Texto associado.
TEXTO 1

APRENDA A CHAMAR A POLÍCIA

                    Eu tenho o sono muito leve, e numa noite
                dessas notei que havia alguém andando
                sorrateiramente no quintal de casa. Levantei em
                silêncio e fiquei acompanhando os leves ruídos que
5              vinham lá de fora, até ver uma silhueta passando pela
                janela do banheiro. Como minha casa era muito
                segura, com grades nas janelas e trancas internas nas
                portas, não fiquei muito preocupado, mas era claro
                que eu não ia deixar um ladrão ali, espiando
10            tranquilamente.
                    Liguei baixinho para a polícia, informei a
                situação e o meu endereço.
                    Perguntaram-me se o ladrão estava armado ou
                se já estava no interior da casa.
15                Esclareci que não e disseram-me que não
                havia nenhuma viatura por perto para ajudar, mas que
                iriam mandar alguém assim que fosse possível.
                    Um minuto depois, liguei de novo e disse com a
                voz calma:
20                 — Oi, eu liguei há pouco porque tinha alguém
                no meu quintal. Não precisa mais ter pressa. Eu já
                matei o ladrão com um tiro da escopeta calibre 12,
                que tenho guardada em casa para estas situações. O
                tiro fez um estrago danado no cara!
25                  Passados menos de três minutos, estavam na
                minha rua cinco carros da polícia, um helicóptero, uma
                unidade do resgate, uma equipe de TV e a turma dos
                direitos humanos, que não perderiam isso por nada
                neste mundo.
30                  Eles prenderam o ladrão em flagrante, que
                ficava olhando tudo com cara de assombrado. Talvez
                ele estivesse pensando que aquela era a casa do
                    Comandante da Polícia.
                    No meio do tumulto, um tenente se aproximou
35             de mim e disse:
                    — Pensei que tivesse dito que tinha matado o
                ladrão.
                        Eu respondi:
                        — Pensei que tivesse dito que não havia
40             ninguém disponível.

                                VERÍSSIMO, Luís Fernando. Aprenda a chamar a polícia.
                                                                                                        Disponível em:
                      https://portuguesemdestaque.blogspot.com/p/cronicas.html.
                                                                                               Acesso em jan. 2019.
Na passagem “Eu já matei o ladrão com um tiro da escopeta calibre 12, que tenho guardada em casa (...).” (linhas 21-23), o termo em destaque exerce a função sintática de
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19Q709868 | Português, Função Sintática dos Termos Sujeito, Assistente de Administração, Prefeitura de Sonora MS, MS CONCURSOS, 2019

Quanto à classificação, marque a alternativa onde temos um sujeito indeterminado.
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20Q691198 | Português, Função Sintática dos Termos Sujeito, Sargento da Aeronáutica Aeronavegantes e Não Aeronavegantes, EEAR, Aeronáutica, 2019

Identifique a alternativa em que não há sujeito simples.
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