Como denunciam Souza e Rocha (2021), a maior
parte das ações de cuidado voltadas às crianças em
serviços de Atenção Primária à Saúde (APS)
centra-se exclusivamente nelas, isolando seus
processos de cuidado daqueles destinados a suas
famílias e adotando uma perspectiva biomédica e
reducionista. Para que seja possível construir ações
em terapia ocupacional abrangentes, em serviços de
APS voltados para crianças, é necessário:
✂️ a) considerar a avaliação baseada em escalas e
instrumentos validados, adotar uma abordagem
individual, realizar consultas que foquem em temas
como vacinação e alimentação adequada, acionando
o Conselho Tutelar sempre que se verificar a
inadequação das ações maternas e paternas. ✂️ b) considerar a avaliação das mães sobre o
desenvolvimento infantil dos filhos, adotar uma
abordagem familiar, desenvolver ações de prevenção
e de intervenção oportuna, desenvolver ações
comunitárias e intersetoriais em parceria com
escolas, centros culturais e outros equipamentos
sociais que atendem à infância. ✂️ c) considerar exclusivamente ações de prevenção de
doenças e de alterações no desenvolvimento infantil,
priorizando a realização de uma cesta-básica de
ações, dado o contexto da APS, acionando o nível
secundário e terciário com a presença de suspeita de
alterações no desenvolvimento infantil. ✂️ d) considerar ações de cuidados volotadas apenas para
os pais das crianças, encaminhando as crianças para
centros de cuidados especializados na infância,
acionando escolas e equipamentos do território para
auxiliar no controle comportamental dos pais. ✂️ e) considerar ações de encaminhamento de crianças a
serviços privados de saúde, como clínicas
específicas para o tratamento com integração
sensorial, ótimas para o cuidado integral de crianças,
o que, infelizmente, não é ofertado por serviços
públicos.