É preciso esclarecer que qualquer projeção sempre produz algum
tipo de distorção em tamanhos, formas, posições e distâncias. Mas
tais distorções seriam menores se em um mesmo atlas fosse
utilizado sempre o mesmo tipo de escalas. Mas isso não sucede
com os atlas tradicionais, baseados em Mercator, que chegam a
utilizar de 20 a 50 escalas diferentes, o que impede a comparação
dos mapas entre si. A projeção de Gerhard Mercator, construída
com o objetivo de auxiliar a navegação, com os conhecimentos e a
tecnologia disponíveis hoje em dia, pode ser considerada uma
produção eurocêntrica, pois tanto a Europa quanto a América do
Norte aparecem representadas com imagens maiores,
desproporcionais com relação a outros continentes e países
política e economicamente menos poderosos. Isso também pode
ser constatado quando, no cálculo das latitudes, utiliza-se o
meridiano de Greenwich, ou Londres, como ponto de referência, o
que é compreensível dado o poder britânico naqueles momentos e,
especialmente, sua política colonialista.
SANTOMÉ, Jurjo Torres. Globalização e interdisciplinaridade: o currículo
integrado. Porto Alegre: Editora Artes Médicas Sul Ltda., 1998, p. 91.
Adaptado.
O exemplo cartográfico mencionado pelo trecho acima provoca a
reflexão acerca de um modelo educacional que
✂️ a) fomente a relativização de referências tradicionais. ✂️ b) reforce hábitos locais. ✂️ c) construa resistências às tendências globais. ✂️ d) recuse os saberes cartográficos instituídos. ✂️ e) construa dissidências à ordem institucional.