“A virtude é, pois, uma disposição de caráter relacionada com a escolha e consistente numa mediania,
isto é, a mediania relativa a nós, a qual é determinada por um princípio racional próprio do homem dotado
de sabedoria prática. E é um meio-termo entre dois vícios, um por excesso e outro por falta; pois que,
enquanto os vícios ou vão muito longe ou ficam aquém do que é conveniente no tocante às ações e
paixões, a virtude encontra e escolhe o meio-termo. E assim, no que toca à sua substância e à definição
que lhe estabelece a essência, a virtude é uma mediania; com referência ao sumo bem e ao mais justo,
é, porém, um extremo.
(Aristóteles. Ética a Nicômaco. São Paulo, Abril, 1989, 1107ª).
Aristóteles contribui com a reflexão ética a partir da consideração da virtude como um elemento próprio
da vida prática.
Assim, a partir da passagem acima, o que poderíamos afirmar sobre a virtude?
✂️ a) Por isso, a virtude não poderia ser pensada fora da vida prática ou práxis, pois ela pode ser ensinada. ✂️ b) A virtude manifesta-se no equilíbrio nas ações dos indivíduos, tendo em vista a comunidade da qual
fazem parte e, por conseguinte, a tornam também virtuosa. ✂️ c) Aristóteles abriu escolas de ensino de ética, tendo em vista a necessidade de ensinar a mediania. ✂️ d) Da mesma forma que podemos aprender um ofício de produção artesanal, também podemos aprender
a ser éticos, conforme os ensinamentos de Aristóteles. ✂️ e) A partir do equilíbrio nos vícios, também podemos ser virtuosos.