As doenças vasculares encefálicas estão entre as principais causas de mortalidade e morbidade, com incidência e prevalência elevadas na população idosa. Tais quadros podem levar ao comprometimento das funções orofaciais, com impactos diversos sobre as atividades desenvolvidas e participação social desses indivíduos. Em relação ao processo de avaliação e diagnóstico fonoaudiológicos, essa condição impõe desafios ao profissional, que precisa distinguir, entre as modificações naturais da senescência, aquelas relacionadas ao processo patológico. O fonoaudiólogo, ao avaliar um idoso com sequela neurológica, deve considerar que
✂️ a) a diminuição das sensibilidades gustativa e olfatória é uma característica específica dos quadros neurogênicos, que depende da área cerebral afetada, porém não é encontrada no processo natural de envelhecimento. ✂️ b) a presença de sinais como fadiga muscular e maior duração da mastigação e da deglutição indica uma patologia neurológica, pois as modificações decorrentes da senescência não podem explicar tais características. ✂️ c) a redução da coordenação pneumofonoarticulatória é esperada apenas nos quadros neurológicos, uma vez que na senescência não ocorrem modificações no sistema respiratório capazes de impactar na produção da fala. ✂️ d) a perda da eficiência mastigatória é encontrada em idosos saudáveis e decorre da mudança da composição muscular, já nos quadros patológicos de origem neurológica, apresenta-se quando há perda de elementos dentários. ✂️ e) a redução da velocidade da fala é esperada no idoso saudável, em decorrência de modificações do sistema neuromuscular próprias do processo de envelhecimento, mas o aumento dessa velocidade pode ocorrer somente em quadros neurogênicos específicos.