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O raciocínio do lavrador, expresso no segundo parágrafo, tem equivalente de sentido e r...

Responda: O raciocínio do lavrador, expresso no segundo parágrafo, tem equivalente de sentido e redação, de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, em:


1Q28484 | Português, Fiscal de Tributos, Prefeitura de Arujá SP, VUNESP

Texto associado.
O lavrador

    Esse homem deve ser da minha idade – mas sabe muito mais coisas. Era colono em terras mais altas, se aborreceu com o fazendeiro, chegou aqui ao Rio Doce quando ainda se podiam requerer duas colônias de cinco alqueires “na beira da água grande” quase de graça. Brocou a mata com a foice, depois derrubou, queimou, plantou seu café.
    Explica-me: “Eu trabalho sozinho, mais o menino meu”. Seu raciocínio quando veio foi este: “Vou tratar de cair na mata; a mata é do governo, e eu sou fio do Estado, devo ter direito”. Confessa que sua posse até hoje ainda não está legalizada: “Tenho de ir a Linhares, mas eumagino esse aguão...”
    No começo, não tinha prática de canoa, estava sempre com medo da canoa virar, o menino é que logo se ajeitou com o remo; são quatro horas de remo lagoa adentro. [...] 
    Olho sua cara queimada de sol; parece com a minha, é esse o mesmo tipo de feiura triste do interior. [...] Volta a falar de sua terra e desconfia que eu sou do governo, diz que precisa passar a escritura. Não sabe ler, mas sabe que essas coisas escritas em um papel valem muito. Pergunta pela minha profissão, e tenho vergonha de contar que vivo de escrever papéis que não valem nada; digo que sou comerciante em Vitória, tenho um negocinho. Ele diz que o comércio é melhor que a lavoura; que o lavrador se arrisca e o comerciante é que lucra mais; mas ele foi criado na lavoura e não tem nenhum preparo. Endireita para mim o cigarro de palha que estou enrolando com o fumo todo maçarocado. Deve ser de minha idade – mas sabe muito mais coisas.

(Rubem Braga. 200 Crônicas Escolhidas, 2001. Adaptado)
O raciocínio do lavrador, expresso no segundo parágrafo, tem equivalente de sentido e redação, de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, em:
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💬 Comentários

Confira os comentários sobre esta questão.
Camila Duarte
Por Camila Duarte em 31/12/1969 21:00:00
Gabarito: a) O enunciado pede uma frase equivalente em sentido e correta segundo a norma-padrão da língua portuguesa, baseada no raciocínio do lavrador.

Analisando as alternativas, a letra a) apresenta uma construção clara, coerente e gramaticalmente correta: 'Vou tratar de cair na mata, porque ela é do governo, e eu sou filho do Estado, portanto devo ter direito a ela.' O uso da conjunção causal 'porque' justifica a ação, e o advérbio 'portanto' indica uma conclusão lógica, além do uso correto da preposição 'a' no final.

As demais alternativas apresentam problemas de concordância, uso incorreto de preposições ou conjunções inadequadas. Por exemplo, a letra b) usa 'embora ela é', quando o correto seria 'embora ela seja', e 'porque devo ter direito nela' está incorreto, pois o verbo 'ter direito' rege a preposição 'a'.

A letra c) usa 'enquanto' que indica simultaneidade, não causa; 'pois devo ter direito dela' está incorreto, pois o verbo 'ter direito' não rege a preposição 'de'.

A letra d) usa 'ainda que ela é' em vez de 'ainda que ela seja', e 'então devo ter direito sobre ela' não é a construção mais adequada.

A letra e) apresenta 'todavia' que é adversativo, não condizente com a ideia de conclusão, e 'sob ela' não é a preposição correta para 'ter direito'.

Portanto, a alternativa a) é a única que mantém o sentido original e está conforme a norma culta da língua portuguesa.
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