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Segundo a norma-padrão da língua portuguesa, o pronome relativo está corretamente empre...

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1Q42157 | Português, Assistente Administrativo, EMPLASA, VUNESP

Texto associado.
Leia o texto para responder às questões de números 01 a 07.

A bruxa nos relógios

      Vou me concentrar no possível: os afetos, o trabalho, a vida. Então falo aqui de um tema que me fascina, sobre o qual já tenho refletido muito.
      Quando criança, eu achava que no relógio de parede do sobrado de uma de minhas avós, aquele que soava horas, meias horas e quartos de hora que me assustavam nas madrugadas insones em que eu eventualmente dormia lá, morava uma feiticeira que tricotava freneticamente, com agulhas de metal, tique-taque, tique-taque, tecendo em longas mantas o tempo de nossa vida.
      Nessas reflexões mais uma vez constatei o que todo mundo sabe: vivemos a idolatria da juventude – e do poder, do dinheiro, da beleza física e do prazer. Muitos gostariam de ficar para sempre embalsamados em seus 20 ou 30 anos. Ou ter, aos 60, “alma jovem”, o que acho discutível, pois deve ser melhor ter na maturidade ou na velhice uma alma adequada, o que não significa mofada e áspera.
      A maturidade pode ter uma energia muito boa, pensamento e capacidade de trabalho estão no auge, os afetos mais sólidos, a capacidade de enfrentar problemas e compadecer-se dos outros mais refinada. Passada (ou abrandada) a insegurança juvenil, é possível desafiar conceitos que imperam, limpar o pó desse uniforme de prisioneiros, deixar de lado as falas decoradas, a tirania do que temos de ser ou fazer. Pronunciar a nossa própria alforria: vai ser livre, vai ser você mesmo, vai tentar ser feliz.
      Portas continuam se abrindo: não apenas sobre salas de papelão pintado, porém sobre caminhos reais. Correndo pela floresta das fatalidades, encontramos clareiras de construir. De se renovar, não importa a cifra indicando a nossa idade. E sempre que alguém resolver não pagar mais o altíssimo tributo da acomodação, mas dar sentido à sua vida, verá que a bruxa dos relógios não é inteiramente má. E vai entender que o tempo não só nega e rouba com uma das mãos, mas também, com a outra, oferece – até mesmo a possibilidade de, ao envelhecer, alargar ainda mais as varandas da alma.

(Lya Luft. Revista Veja, edição 2344, 23.10.2013. Adaptado)
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💬 Comentários

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Marcos de Castro
Por Marcos de Castro em 31/12/1969 21:00:00
Gabarito: e) A alternativa correta é a letra e, pois o pronome relativo 'onde' está corretamente empregado para indicar o lugar onde a narradora dormia, ou seja, na casa de uma das avós.

Na alternativa a), o pronome relativo 'que' está incorreto, pois o antecedente é 'uma das avós', e o verbo 'ficava' se refere ao relógio, não à avó. Isso gera ambiguidade e erro de concordância.

Na alternativa b), o uso de 'a qual' também está incorreto para o mesmo motivo da alternativa a), pois 'a qual' retoma 'uma das avós', mas o verbo 'ficava' está relacionado ao relógio, não à avó.

Na alternativa c), o pronome 'cuja' indica posse, mas a construção 'cuja narradora' não faz sentido, pois a narradora não é posse da avó.

Na alternativa d), 'em cuja' está incorreto porque 'cuja' exige que o termo seguinte seja um substantivo, e 'ficava' é verbo, o que torna a frase gramaticalmente incorreta.

Portanto, a alternativa e) está correta, pois 'onde' é o pronome relativo adequado para indicar o lugar, e a frase está clara e gramaticalmente correta.
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