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“A gente se acostuma a morar em apartamento de fundos e a não ter outra vista que não a...

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1Q43164 | Português, Soldado do Corpo de Bombeiro, Bombeiro Militar RJ, ACESSO PÚBLICO

“A gente se acostuma a morar em apartamento de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E porque à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.”

(Marina Colasanti. Eu sei, mas não devia. Rio de Janeiro, Editora Rocco, 1996. pág. 09.)

O texto contém cinco frases, sendo que as quatro últimas começam com “e porque”. De acordo com o que expressa o texto, essa prática pode ser entendida como um 
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Equipe Gabarite
Por Equipe Gabarite em 31/12/1969 21:00:00
Gabarito: b) O texto utiliza a repetição da expressão "e porque" no início das frases para criar um efeito de encadeamento lógico e progressivo. Essa repetição não é um vício de linguagem, mas sim um recurso estilístico que ajuda a construir uma argumentação, mostrando como um hábito leva a outro de forma sequencial.

Ao repetir "e porque", o autor enfatiza a relação de causa e consequência entre as ações e atitudes descritas, o que reforça a mensagem crítica sobre a adaptação das pessoas a uma vida limitada e sem contato com o ambiente externo.

Portanto, a repetição funciona como um recurso de estilo com finalidade argumentativa, pois ajuda a convencer o leitor sobre a ideia central do texto, que é a perda da percepção do mundo natural devido à rotina e ao ambiente fechado.

A alternativa a) está incorreta porque a repetição não é viciosa, mas intencional. A alternativa c) não se aplica porque o texto não é um poema, e o efeito poético não é o foco principal. A alternativa d) não tem fundamento no texto, que não aborda escolaridade. A alternativa e) também não é adequada, pois a crítica não é direcionada especificamente à classe desfavorecida, mas sim a um hábito social mais amplo.
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