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Responda: Leia os fragmentos abaixo, extraídos do texto e alterados quanto à colocação pronominal. Em seguida, assinale a alternativa correta. I. Defensor da ideia de que o Estado deve meter-


1Q45540 | Português, Assistente de Alunos, INES, AOCP

Texto associado.
                                            Monteiro Lobato?
                                     Não com o nosso dinheiro

                                                                                                        Leando Narloch

    1.§    O movimento negro me odeia. Desde que mostrei, com o livro Guia do Politicamente Incorreto da História do Brasil, que Zumbi mantinha escravos no Quilombo de Palmares, os ativistas das cotas não estão contentes comigo. Do lado de cá, eu também me irrito com boa parte do que eles defendem. Mas, existe um ponto em que eu preciso concordar com eles: a polêmica dos livros do Monteiro Lobato.
    2.§    Se você acaba de despertar de um coma, o que aconteceu foi que, em 2010, o Conselho Nacional de Educação decidiu impedir a distribuição do livro Caçadas de Pedrinho em bibliotecas públicas. Disseram que esse clássico da literatura infantil era racista por causa de frases como “Tia Anastácia trepou que nem uma macaca de carvão” ou “Não vai escapar ninguém, nem Tia Anastácia, que tem carne preta”. Muita gente esperneou contra a decisão, afirmando que se tratava de um exagero, uma patrulha ideológica e um ato de censura contra um dos maiores autores brasileiros.
    3.§    É verdade que é preciso entender a época de Monteiro Lobato, quando o racismo era regra não só entre brancos, mas mesmo entre africanos. Até Gandhi, o líder mundial do bom-mocismo, escreveu e repetiu frases igualmente racistas nos 20 e poucos anos que viveu na África do Sul.
    4.§    A questão, porém, é outra: o governo deve investir em obras que parecem preconceituosas a parte da população? O Conselho Nacional de Educação não defendeu a proibição dos livros de Monteiro Lobato: foi contra apenas a distribuição bancada pelo governo. Pois bem: o Ministério da Educação deve gastar seu disputado dinheiro com esses livros? Eu acredito que não.
    5.§    Os negros que pagam impostos e os outros contribuintes que consideram Monteiro Lobato racista não devem ser obrigados a bancar edições do escritor. É mais ou menos essa a posição do economista Walter Williams, um dos principais intelectuais libertários dos EUA. Defensor da ideia de que o Estado deve se meter o mínimo possível na vida, nas escolhas e no bolso das pessoas, esse economista negro prega a liberdade de se fazer o que quiser desde que isso não implique violência a terceiros. Se um grupo quiser, por exemplo, criar um clube de tênis só para brancos, ou só para negros, tudo bem – desde que não use verba pública e não tente proibir manifestações de repúdio. Se tiver verba pública, não pode discriminar.
    6.§    Para libertários como Williams, ninguém, nem o governo, tem o direito de ameaçar ou praticar violência contra indivíduos pacíficos. Não é correto ameaçar um indivíduo de prisão por sonegação fiscal se ele não topar contribuir com essa ou aquela prática do governo. Um grupo de políticos que defende uma guerra com o Iraque não deve obrigar os cidadãos a contribuir para essa guerra. Do mesmo modo, se uma turma acredita ter uma boa ideia ao criar uma universidade, um estádio de futebol ou um festival de curtas-metragens, essa ideia deixa de ser boa quando implica a ameaça contra aqueles que não querem contribuir.
    7.§    Nada impede, é claro, que os autores dessas ideias tentem convencer as pessoas de que seus projetos merecem contribuições. É o que fazem há séculos as melhores universidades americanas, as instituições de caridade, alguns tipos de fundos de investimento e, há poucos anos, os sites de crowdfunding, o “financiamento coletivo”. Nada impede, também, que os admiradores de Monteiro Lobato se organizem, reúnam doações e publiquem quantas edições quiserem das ótimas histórias do Sítio do Pica-Pau Amarelo.
 
                       Revista Superinteressante, edição 312, de dezembro de 2012.
Leia os fragmentos abaixo, extraídos do texto e alterados quanto à colocação pronominal. Em seguida, assinale a alternativa correta. 

I. Defensor da ideia de que o Estado deve meter-se... (5.§) 
II. O movimento negro odeia-me. (1.§) 
III. Do lado de cá, eu também irrito-me... (1.§)
IV. ...os admiradores de Monteiro Lobato organizem-se... (7.§) 
V. ...afirmando que tratava-se de um exagero... (2.§) 

As colocações corretas são
  1. ✂️
  2. ✂️
  3. ✂️
  4. ✂️
  5. ✂️

💬 Comentários

Confira os comentários sobre esta questão.
Rodrigo Ferreira
Por Rodrigo Ferreira em 31/12/1969 21:00:00
Gabarito: a)

Para resolver essa questão, é fundamental entender as regras de colocação pronominal no português, especialmente o uso dos pronomes oblíquos átonos em formas proclíticas, enclíticas e mesoclíticas.

No fragmento I, 'Defensor da ideia de que o Estado deve meter-se...', o verbo 'meter' está no infinitivo pessoal e o pronome 'se' está corretamente colocado após o verbo, formando a ênclise, que é a forma adequada para verbos no infinitivo.

No fragmento II, 'O movimento negro odeia-me.', o verbo está no presente do indicativo e a forma correta é a ênclise, pois o verbo não está precedido de palavra que exija próclise. Portanto, 'odeia-me' está correto.

No fragmento III, 'Do lado de cá, eu também irrito-me...', o verbo está na primeira pessoa do singular do presente do indicativo, e o pronome está corretamente posposto, formando a ênclise, que é adequada nesse caso.

No fragmento IV, '...os admiradores de Monteiro Lobato organizem-se...', o verbo está no presente do subjuntivo e o pronome está corretamente colocado após o verbo, em ênclise, que é a forma correta para verbos no subjuntivo.

No fragmento V, '...afirmando que tratava-se de um exagero...', o verbo está no pretérito imperfeito do indicativo e o pronome está corretamente posposto, em ênclise, que é a forma adequada.

No entanto, a questão pede para assinalar as colocações corretas. A alternativa a) indica que apenas I, II e IV estão corretas. Isso sugere que há algum problema nos fragmentos III e V.

Reanalisando o fragmento III, 'eu também irrito-me...', a colocação pronominal correta para verbos no presente do indicativo, quando há sujeito expresso, é a próclise, ou seja, 'eu me irrito'. Portanto, 'irrito-me' está incorreto.

No fragmento V, 'tratava-se', o verbo está no pretérito imperfeito e o pronome está corretamente posposto, o que é aceitável, mas dependendo do contexto, pode ser mais comum a próclise. Porém, a questão considera incorreta essa colocação.

Portanto, as colocações corretas são apenas I, II e IV, conforme indicado na alternativa a).
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