Naquilo que se refere às políticas sobre drogas, em 2019 foi lançado pelo Conselho Federal de Psicologia a Cartilha de Referências Técnicas para atuação do Psicólogo em Políticas Públicas de Álcool e outras Drogas. Com relação à atenção psicossocial, redução de danos e protagonismo dos usuários é CORRETO afirmar que:
✂️ a) A estratégia da redução de danos, afirma a autonomia, o diálogo e os direitos das pessoas que fazem uso de substâncias psicoativas, sem recorrer a julgamentos morais ou práticas criminalizadoras e punitivas. No contato dos agentes redutores de danos com os usuários de drogas é construído um espaço de corresponsabilização e vínculo. ✂️ b) É aceitável que a abstinência seja, ao mesmo tempo, a pré-condição e a meta a ser atingida pelos usuários de drogas para que seus direitos sejam garantidos. A interrupção do uso de substâncias psicoativas é, em muitas situações, um passo não só necessário como desejável para diminuir os agravos à saúde. ✂️ c) A interrupção do uso é uma decisão clínica e precisa ser feita de modo referenciado, pois é uma prescrição geral que serve para todos os casos. Assim, as estratégias de redução de danos excluem a abstinência como uma direção clínica que precisa ser negociada com a pessoa que faz uso de determinada substância lícita (álcool, tabaco) ou ilícita (maconha, cocaína, crack, ecstasy etc.). ✂️ d) Cabe aos profissionais da Psicologia, envolvidos na equipe profissional, uma forma de julgamento ou censura moral aos comportamentos dos indivíduos, seja com relação ao uso de substâncias psicoativas ilícitas ou a condutas antagônicas à moral e costumes tidos como aceitáveis. O papel dos profissionais é exatamente o de acessar um segmento que muitas vezes está à margem da rede de saúde e social por temer o estigma e a rejeição. A aceitação de cada um destes usuários como sujeitos e o respeito ao lugar que ocupam socialmente confere às abordagens de redução de danos a possibilidade de construção de um vínculo de confiança, base sobre a qual se desenvolverá o trabalho.