O arrocho salarial foi a política efetivada pelo ciclo ditatorial. O caráter de classe do regime ditatorial pode ser percebido como
o Executivo Federal tratou os reajustes salariais. A fixação dos reajustes foi utilizada como instrumento de maximização da
exploração da força de trabalho, um meio para realizar a “acumulação predatória” (pagamento de salários abaixo do valor da
força de trabalho). “Tratou-se de uma política salarial dirigida abertamente contra a massa da classe trabalhadora, em especial
a classe operária, sobre a qual se descarregou o custo decisivo da ‘estabilização econômica’: com o arrocho , garantiu a
superexploração dos trabalhadores para a multiplicação dos lucros capitalistas”.
(Netto, 2014, p. 92.)
O arrocho salarial a que se refere o excerto, em pleno regime ditatorial militar no Brasil, fez parte de outras medidas que
contextualizaram o chamado “milagre econômico”, tais como:
✂️ a) A concentração de renda, poder e propriedade nas mãos de corporações transnacionais, monopólios estatais e privados. ✂️ b) A privatização das grandes empresas e indústrias de produção de bens duráveis, antes subsidiadas pelo capital governamental. ✂️ c) A mobilização em torno das lutas pelas reformas de base-agrária, tributária, urbana, educacional e eleitoral – independente
das nas relações exteriores. ✂️ d) O golpe aplicado no Brasil, apoiado pelo imperialismo norte-americano, pelos setores conservadores da alta Igreja Católica
e pela burguesia internacional.