Ao pensar os aspectos relacionados à abordagem psicológica da educação, é pertinente refletir sobre o perfil do psicólogo neste
contexto. Sobre esse fator, Araújo (2010 ) afirma que “desde a década de 1960, o psicólogo escolar caracterizou-se por diferentes
perfis profissionais: inicialmente, ele se responsabilizava pelo atendimento individual a alunos encaminhados com queixas
escolares de diversas ordens, com o intuito de adaptá-los às normas e condutas escolares, ‘tratando-os’ por meio de estratégias
‘psicologizantes’ baseadas no modelo médico de atendimento; nos últimos vinte anos, após questionamento a essa forma de
atuação, a área vem construindo uma postura mais crítica e comprometida com as demandas sociais contextualizadas
coletivamente no locus dos espaços educativos” (p. 18 ). A partir da reflexão do texto anterior, leia o caso hipotético a seguir:
Joaquim é um menino de oito anos e frequenta o ensino fundamental de uma escola municipal de seu bairro. A criança é
frequente às aulas, reside com a genitora e mais um irmão, sendo Joaquim o filho mais velho. Joaquim é considerado uma
criança agitada, atrapalhando as aulas e os colegas; não consegue realizar os exercícios em sala de aula, por ausência de
concentração. Quando é punido, agride a quem está delegando a regra. Diante do comportamento de Joaquim, a professora
conversou com a mãe e solicitou a intervenção da psicóloga educacional da escola, para que a profissional pudesse avaliar o
caso do aluno em conjunto com a equipe pedagógica e a família, e tomassem as devidas providências. Nessa perspectiva
contemporânea, muitas são as contribuições da psicologia escolar nos espaços de articulação e ação entre a psicologia e a
educação. Dentre as contribuições do psicólogo educacional diante do caso mencionado, estão corretas as seguintes ações,
EXCETO:
a) A intervenção psicológica no contexto educacional precisa adotar uma perspectiva corretiva que se comprometa com as
questões sociais, e que não evidencie as transformações e as contradições entre as práticas educativas e as demandas dos
sujeitos neste contexto.
b) Ao trabalhar em prol da conscientização dos sujeitos, intervindo em processos subjetivos, o psicólogo escolar está se
colocando como mediador do desenvolvimento humano nos contextos educativos, na perspectiva do desenvolvimento
infantil, dos jovens ou do adulto.
c) Para intervir na complexidade intersubjetiva presente nas instituições educativas, o psicólogo deve fazer uma escolha
deliberada e consciente por uma atuação preventiva sustentada por teorias psicológicas, cujo enfoque privilegie uma visão
de homem e sociedade dialeticamente constituídos em suas relações históricas e culturais.
d) Os caminhos para a intervenção do psicólogo escolar devem, portanto, estar ancorados na compreensão de que as relações
sociais originam o processo interdependente de construções e apropriações de significados e sentidos que acontece entre
os indivíduos, influenciando, recíproca e/ou complementarmente, como eles se constituem.