O Almocreve
Vai então, empacou o jumento em que eu vinha
montado; fustiguei-o, ele deu dois corcovos, depois
mais três, enfim mais um, que me sacudiu fora da sela,
com tal desastre, que o pé esquerdo me ficou preso no
estribo; tento agarrar-me ao ventre do animal, mas
já então, espantado, disparou pela estrada fora. Digo
mal: tentou disparar, e efetivamente deu dois saltos,
mas um almocreve, que ali estava, acudiu a tempo
de lhe pegar na rêdea e detê-lo, não sem esforço
nem perigo. Dominado o bruto, desvencilhei-me do
estribo e pus-me de pé.
- Olhe do que vosmecê escapou, disse o almocreve.
( ...) Resolvi dar-lhe (...) uma recompensa digna da
dedicação com que ele me salvou.
• Este trecho é retirado do capítulo que
exemplifica bem a personalidade e o caráter
do narrador. Assim, considerando o episódio
como um todo, no ato final da recompensa,
Brás Cubas
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