No início da Gramática Pedagógica , seu autor, Marcos Bagno,
cita alguns pressupostos que a fundamentam. Entre eles, o fato
de que ela “é pedagógica, porque foi pensada para colaborar
com a formação docente que, no Brasil, é reconhecidamente falha
e precária. Nossos cursos de Letras (a começar pelo nome)
se vinculam a um ideário cultural obsoleto, enraizado na sociedade
burguesa do século XIX. Por isso, eles deixam de oferecer
aos estudantes uma série de conhecimentos fundamentais enquanto,
por outro lado, desperdiçam tempo com a transmissão
de conteúdos irrelevantes para quem vai exercer a profissão docente.
Basta perguntar a professoras e professores na ativa ou
em formação se sabem, por exemplo, o que é gramaticalização
ou se ao menos já ouviram falar disso.” (Marcos Bagno, Gramática
Pedagógica do Português Brasileiro , 2011).
Com as informações apresentadas, o autor tem o propósito de
✂️ a) criticar a transmissão de conteúdos irrelevantes por parte
de muitos professores da área de Letras, ainda que tenham
uma formação irreparável. ✂️ b) justificar que se trata de uma obra destinada a complementar
a formação de estudantes de Letras e de graduados
na área, já no exercício da docência. ✂️ c) ironizar a formação dos docentes que não conseguem
transmitir conteúdos irrelevantes nem discutir o que seja
o conceito de gramaticalização. ✂️ d) corrigir eventuais falhas na formação dos alunos de Letras
que, na maioria das vezes, apartam-se dos valores da
sociedade burguesa tradicional. ✂️ e) fomentar a discussão em relação ao ideário cultural obsoleto
presente na sociedade, mas necessário para a formação
dos docentes em Letras.