No Brasil, particularmente na década de 1990, as transformações geradas pela nova divisão internacional do trabalho
foram de grande intensidade. Tais transformações em países de industrialização dependente fundam-se na
superexploração da força de trabalho. Estas transformações impactam o mundo do trabalho no capitalismo
contemporâneo e produzem indicadores cada vez mais altos de acidentes e doenças profissionais. São características
constitutivas deste processo, EXCETO:
✂️ a) Ocorre a imposição de baixos salários, associados a ritmos de produção intensificados, a redução da jornada de
trabalho e o pluriemprego. ✂️ b) Espaços de trabalho propulsores de altos índices de desempenho e produtividade, estruturados com base nas
exigências que cada vez mais extrapolam a capacidade física e mental humana em suportá-las, não conseguem
manter-se senão por meio de diferentes e sofisticados mecanismos de controle e coerção. O assédio moral é parte
dessa engrenagem. ✂️ c) Não existem limites para a precarização do trabalho, mas apenas formas diferenciadas de sua manifestação. Formas
capazes de articular em uma única cadeia produtiva desde o trabalho terceirizado, quarteirizado, muitas vezes
realizado nas casas dos próprios trabalhadores, àquele intensificado ao limite, desenvolvido nos ambientes
“modernos” e “limpos” das corporações mundiais. Por isso que, sob a atual fase do capitalismo, o domínio do
trabalho é, mais do que nunca, domínio do tempo de trabalho. ✂️ d) Os trabalhadores pertencentes ao núcleo que atua com maquinário mais avançado, dotado de maior tecnologia,
encontram-se cada vez mais expostos à flexibilização e à intensificação do ritmo de suas atividades, expressas não
somente pela cadência imposta pela robotização do processo produtivo, mas, sobretudo, pela instituição de práticas
pautadas pela multifuncionalidade, polivalência, times de trabalho interdependentes, além da submissão a uma série
de mecanismos de gestão pautados na pressão psicológica voltada para o aumento da produtividade.