Texto associado. As questões 1-4 referem-se ao texto abaixo. Leia com
atenção.
Imagine que você tenha aquele anel que Platão evoca,
o célebre anel de Giges, que tornaria você invisível
sempre que você desejasse... É um anel mágico, que
um pastor encontra por acaso. Basta virar a pedra do
anel para dentro da palma para se tornar totalmente
invisível, e virá-la para fora para ficar novamente visível...
Giges, que antes era tido como um homem honesto,
não foi capaz de resistir às tentações a que este anel o
submetia: aproveitou seus poderes mágicos para entrar
no palácio, seduzir a rainha, assassinar o rei, tomar o
poder e exercê-lo em seu único e exclusivo benefício.
Quem conta a coisa, em A República, conclui que o
bom e o mau, ou os assim considerados, só se
distinguem pela prudência e pela hipocrisia, em outras
palavras, pela importância desigual que dão ao olhar
alheio ou por sua habilidade maior ou menor para se
esconder... Se ambos possuíssem o anel de Giges,
nada mais os distinguiria: “ambos tenderiam para o
mesmo fim”. Isto equivale a sugerir que a moral não
passa de uma ilusão, de uma mentira, de um medo
maquiado de virtude. Bastaria poder ficar invisível para
que toda proibição sumisse e que, para cada um, não
houvesse mais que a busca do seu prazer ou do seu
interesse egoístas.
André Comte-Sponville, Apresentação da Filosofia
O autor afirma que Giges “era tido como um homem
honesto”. O que isto significa?
I. Giges respeitava as outras pessoas e as regras
morais.
II. Giges, por ter bons sentimentos, era incapaz de
fazer algo que prejudicasse outras pessoas.
III. Giges agia eticamente, e assim parecia ser um
bom sujeito.
Está(ão) correto(s) apenas o(s) item(ns)
a) I.
b) II.
c) III.
d) I e II.
e) I e III.