A clínica dos serviços territoriais, diferente daquela centrada no
modelo manicomial, de modo algum compatibiliza-se com a
tradição, que necessariamente considera os sintomas como algo
negativo, sempre a ser eliminado.
O delírio, em uma clínica que aposta na subjetividade, é uma
ferramenta de acesso ao sujeito e de abordagem da experiência
na psicose. “O delírio preenche o meu vazio existencial”, disse
Anita. José conta sua experiência delirante que, por fazê-lo
“marionete do ser de luz, com um chip em seus olhos ”, promove a
insustentável dificuldade de convivência com os vizinhos na vila
em que mora.
Diante do enunciado, acerca da experiência do delírio , assinale a
afirmativa correta.
✂️ a) Devemos lidar com a experiência delirante a partir de uma
perspectiva normativa, segundo as regras gerais que regem a
instituição e que são para todos. ✂️ b) O trabalho feito com o delírio na clínica dos serviços
territoriais se dá a partir de uma abordagem de fora da
pessoa, que enfatiza aspectos funcionais do tratamento, visto
que não partimos da trama delirante em si. ✂️ c) O delírio é um só, ou seja, é uma alteração do juízo da
realidade, como sugerem os manuais diagnósticos. ✂️ d) O delírio, tão diverso em sua dimensão experiencial, é um
fenômeno definido como sintoma que subtrai o sujeito do
mundo compartilhado, impedindo o acesso da equipe de
referência ao cuidado. ✂️ e) A diversidade que marca a experiência delirante está na
dependência de fatores complexos que exigem consideração,
principalmente se o fizermos indicador do modo do sujeito
constituir a si e sua relação com o mundo.