Uma paciente de 49 anos foi internada na enfermaria de clínica
médica por quadro de síndrome consumptiva, ascite e fraqueza
em membros inferiores. A paciente conta que tudo começou 1
ano antes com dormência nas pernas ascendendo até o meio da
perna e posterior redução de força em membros inferiores.
Naquela época, houve turvação visual e cefaleia. Com
aproximadamente 4 meses de sintomas, sem limitação para
trabalhar e realizar as tarefas da vida diária, a cefaleia e a
turvação visual ficaram mais proeminentes. Segundo a paciente,
foram realizados diversos exames (ressonância de crânio, coluna
cervical e lombar), sem evidência de alterações. A pressão do
liquor estava alta, motivando o uso de acetazolamida por 8
meses (até a internação). No dia da internação, pôde-se observar
hepatoesplenomegalia, ascite de grande volume, déficit
sensitivo-motor distal em membros inferiores com hiporreflexia,
fenômeno de Raynaud, cistos em tireoide (ultrassom
confirmando e uso prévio de levotiroxina) e lesões cutâneas
hipercrômicas. Outros exames demonstraram lesões
osteoescleróticas em esterno, derrame pleural e pericárdico e
padrão de polirradiculoneuropatia desmielinizante crônica.
A conduta adequada para o quadro é:
a) dosagem de fator reumatoide, fator antinuclear, anti-Scl-70,
anticentrômero e pulsoterapia por provável doença do tecido
conjuntivo indiferenciada ou sobreposição de lúpus com
esclerodermia em evolução grave;
b) dosagem de eletroforese de proteínas séricas e urinárias com
imunofixação em busca de pico monoclonal;
c) biópsia de gordura abdominal em busca de proteína amiloide;
d) biópsia de peritônio se o gradiente soro-ascite for menor que
1,1;
e) punção aspirativa de cisto tireoidiano.