Em seu estudo de grupos étnicos, Fredrik Barth critica definições
que se baseiam apenas em características culturais
compartilhadas, como língua, religião ou ancestralidade comum.
Para o autor, elencar tais traços culturais, ainda que seja
relevante, não explica a persistência e a dinâmica dos grupos
étnicos em contextos de mudança e interação social. O problema
desse tipo de definição, argumenta Barth, está justamente no seu
caráter concreto e substantivo. Para o autor, é importante
elaborar uma definição conceitual da etnicidade com base em
certos critérios analíticos. Para Barth, a compreensão da etnicidade exige:
✂️ a) priorizar a análise da estrutura social dos grupos étnicos, em
detrimento da investigação das interações sociais; ✂️ b) superar a ênfase na substância cultural e analisar as
interações sociais e dinâmicas que definem um grupo étnico; ✂️ c) reconhecer que a cultura de um grupo étnico é estática e
imutável, definindo de forma perene suas fronteiras
identitárias; ✂️ d) investigar as origens primordiais dos grupos étnicos,
buscando em sua história remota a justificativa para sua
existência no presente; ✂️ e) priorizar a autoidentificação como único critério válido para a
definição de um grupo étnico, desconsiderando outros
fatores e perspectivas.