Os demarcadores de identidade quilombola são elementos
culturais, históricos, sociais e territoriais que fundamentam o
pertencimento dos indivíduos a comunidades quilombolas. Entre
comunidades quilombolas do Sudeste do Brasil, o jongo é um dos
principais marcadores de identidade e uma prática de resistência
e manutenção das tradições de matriz africana.
Considerando as possibilidades de interpretação do jongo como
demarcador de identidade quilombola, é correto afirmar que:
✂️ a) para o estruturalismo de Lévi-Strauss, movimentos corporais
como a umbigada revelam a oposição binária entre corpo e
espírito e materializam um símbolo estrutural que remete ao
útero e à ancestralidade, fortalecendo a relação entre o
individual e o coletivo; ✂️ b) para a teoria ator-rede de Bruno Latour, a roda de jongo é
uma performance ritualística em um espaço liminar, em que
dança, canto e tambor geram o desligamento das normas
sociais cotidianas e a vivência de um estado de comunhão e
pertencimento; ✂️ c) para a antropologia interpretativa de Clifford Geertz, o jongo
é uma prática determinada por suas condições materiais e
ambientais de produção, sendo um instrumento de coesão
social inerente à resistência quilombola; ✂️ d) para a teoria da etnicidade/identidade de Stuart Hall, o jongo
deve ser interpretado com base nos significados que os
próprios jongueiros lhe atribuem, realizando uma descrição
densa do seu sentido cultural; ✂️ e) para a antropologia da performance de Victor Turner, os
tambores são atores que moldam a prática dos jongueiros,
influenciando sua comunicação e o ritmo da dança; por isso,
eles são tratados como um ancestral, o que reforça sua
agência na criação de um sentimento de pertencimento.