O debate sobre as práticas jornalísticas no âmbito da comunicação organizacional tem se intensificado, especialmente diante da convergência de funções e do papel estratégico que o jornalismo pode assumir na gestão da imagem e do relacionamento com os públicos internos e externos. A perspectiva de Margarida Kunsch sugere que as atividades jornalísticas, quando integradas à comunicação organizacional, vão além da mera divulgação de releases ou do gerenciamento de crises; elas envolvem processos participativos, construção de sentido e fortalecimento da credibilidade das organizações perante a sociedade. (KUNSCH, Margarida Maria Krohling. Comunicação organizacional: linguagem, gestão e perspectivas. Vol. São Paulo: Saraiva, 2009.) Reflete a complexidade da atividade jornalística no contexto da comunicação organizacional, considerando os desafios e responsabilidades envolvidos:
✂️ a) A principal função do jornalismo em organizações é servir aos interesses mercadológicos, priorizando estratégias de publicidade velada, ainda que isso limite a autonomia jornalística interna. ✂️ b) A atividade jornalística deve se restringir à função de assessoramento de imprensa, focando, principalmente, em divulgar releases oficiais e manter o controle da narrativa perante os veículos de comunicação. ✂️ c) Quando integrado à comunicação organizacional, o jornalismo deve se concentrar em construir um fluxo de informações unidirecional, garantindo que os colaboradores recebam instruções e comunicados padronizados. ✂️ d) O jornalismo organizacional tem a responsabilidade de atuar como mecanismo de transparência e diálogo, contribuindo para o fortalecimento de vínculos com diferentes públicos, sem abrir mão do rigor ético e da função de informar.