Imagine que determinada assessoria de instituição pública
brasileira resolveu veicular peças de comunicação única e
exclusivamente em redes sociais. A decisão foi tomada partindo-se
do pressuposto de que os usuários de mercados emergentes têm
no aparelho celular sua primeira e única fonte de acesso (mobile-first e mobile-only ). No entanto, a proposta sofreu críticas e não
foi adiante.
Daí se infere que tais críticas se justificam na medida em que:
✂️ a) as redes sociais podem ser utilizadas para propósitos de
monitoramento e rastreamento, o que vai de encontro às
liberdades individuais; ✂️ b) a barreira fundamental à conectividade é a disponibilidade e
acessibilidade na Internet, uma vez que são escassas a oferta
e a cobertura de redes de telefonia móvel; ✂️ c) o mundo contemporâneo comporta indivíduos de diferentes
gerações tecnológicas, o que dificulta a adoção generalizada
das redes sociais como plataformas hegemônicas; ✂️ d) as redes sociais são insuperáveis em alcance e transparência
de informações, o que resulta no desenvolvimento da
sociedade, adoção da economia digital e ecossistemas
dialógicos pautados na experiência do usuário e em big data; ✂️ e) sua irrestrita adoção precisaria ser precedida de uma política
pública de comunicação que disponibilizasse celulares
acessíveis, sistemas operacionais mais leves, planos de dados
mais baratos, pontos de acesso grátis de wi-fi, cobertura
ampla e qualidade de sinal.