Uma paciente de 37 anos iniciou quadro diagnosticado
como asma por volta dos 15 anos de idade; apresentava crises graves de dispneia e ficava bem no período
intercrises. A paciente apresentava como comorbidades
a obesidade, RGE, ansiedade e depressão. Usava sertralina, clonazepan e uso irregular de omeprazol. Foi
medicada inicialmente com ICS e SABA e depois com
ICS + LABA, com alívio discreto das crises, que tinham
forte intensidade. Aos 20 anos, necessitou de intubação
(IOT), recebendo alta com prednisona 20 mg/dia, sendo
encaminhada ao pneumologista. A espirometria era normal, o RX de tórax era normal. A dose de ICS/LABA foi
aumentada, e a paciente perdeu seguimento. Após história de mais 5 episódios de IOT, que tinham como característica extubação precoce, geralmente com um a dois de
IOT, foi encaminhada a um centro de referência.
  
  ✂️         a) A falha terapêutica deve estar relacionada ao refluxo;
deve-se otimizar a medicação antirrefluxo e indicar
uma cirurgia para sua correção, ao mesmo tempo
em que se indica dose máxima das medicações inalatórias e esforço no controle da obesidade.      ✂️         b) Deve-se buscar o fenótipo de asma e avaliar o melhor tratamento com imunobiológico para alcançar o
melhor controle possível e evitar as crises severas.      ✂️         c) Deve-se revisar o diagnóstico de asma; a discinesia
de corda vocal pode ser diagnosticada pela laringoscopia no momento da crise.      ✂️         d) Deve-se associar LAMA ao ICS-LABA, ajustar o tratamento antirrefluxo, otimizar o tratamento psiquiátrico; se após 6 meses não houver controle adequado,
indicar omalizumab.      ✂️         e) A paciente deve ter asma relacionada à obesidade;
se não houver sinais de inflamação TH2 – e presença de eosinofilia, IgE elevada, deve-se iniciar azitromicina em baixa dose, além do uso de LAMA.