Em uma instituição de ensino superior, estudantes do
curso de Psicologia demonstram resistência à abordagem da morte nas disciplinas curriculares. Relatam desconforto, evitamento e insegurança ao discutir perdas,
luto e processos de finitude. Alguns docentes defendem
que a formação técnico-científica deve priorizar conteúdos objetivos, evitando temáticas subjetivas como a morte por considerá-las desestabilizadoras e não essenciais
à qualificação profissional.
Com base na obra de Júlia Kovács (2003), a postura desses docentes revela, em termos institucionais,
✂️ a) uma concepção pedagógica moderna e funcional,
que reconhece a complexidade da subjetividade e
opta por abordagens técnicas como forma de assegurar estabilidade emocional durante a formação. ✂️ b) a valorização da experiência pessoal como principal
referência para o manejo do luto, o que dispensa sua
inclusão nos currículos universitários e garante flexibilidade emocional aos estudantes. ✂️ c) a adaptação adequada da formação às exigências
do mercado, que privilegia competências técnicas e
evita temas sensíveis por não contribuírem diretamente para a performance profissional. ✂️ d) a implementação de uma estratégia educativa
centrada na racionalidade emocional, que prevê
a integração da teoria a partir de vivências nas
práticas profissionais diretamente associadas a
experiências de morte. ✂️ e) a adoção de um modelo formativo centrado na racionalidade técnica, que, ao suprimir a dimensão simbólica da morte, fragiliza o preparo ético e emocional
dos futuros profissionais para lidar com o sofrimento
e a finitude.