Mulher de 31 anos, previamente saudável, procura atendimento no pronto-socorro com queixa de cefaleia intensa, progressiva, iniciada há 5 dias. Refere que a dor é
holocraniana, piora ao deitar-se e está associada a náuseas, vômitos e episódios de turvação visual. Há dois
dias, apresentou uma crise convulsiva tônico-clônica
generalizada, seguida de confusão mental transitória.
Nega febre ou sinais infecciosos recentes. Faz uso de
anticoncepcional oral há 4 anos. Ao exame, encontra-se
lúcida, sem déficits neurológicos focais, mas com papiledema bilateral. A tomografia de crânio sem contraste
mostra discreto edema na região parietal esquerda, sem
sinais de sangramento.
Diante do quadro clínico, a conduta inicial mais apropriada para diagnóstico e tratamento é:
✂️ a) contraindicar anticoagulação até exclusão de infecção do sistema nervoso central por punção lombar,
indicada devido à presença de papiledema e sintomas intracranianos. ✂️ b) adiar qualquer intervenção até estabilização com
anticonvulsivantes, repetindo neuroimagem em 24
horas para reavaliar o risco de anticoagulação. ✂️ c) iniciar anticoagulação plena com heparina de baixo
peso molecular, uma vez que há forte suspeita de
trombose venosa cerebral, mesmo na presença de
edema, e solicitar complementação com angiotomografia venosa e arterial de crânio para confirmação
diagnóstica. ✂️ d) evitar anticoagulação devido ao risco de hemorragia,
optando por tratamento conservador com medidas
clínicas e observação. ✂️ e) aguardar o resultado de uma arteriografia cerebral
antes de iniciar qualquer terapia específica, uma vez
que se trata de um diagnóstico vascular.