O avanço tecnológico desde as décadas finais do século XX
vem implicando em uma série de exigências e
impulsionando mudanças na educação escolar. Já é
bastante estudada pelos pesquisadores da temática a ideia
de que ensinar nas escolas de hoje não é o mesmo que
ensinar em escolas dos anos 1960, pois os computadores,
os recursos de som e imagem, a internet, os smartphones,
entre outros elementos e dispositivos, estão hoje presentes
massivamente no universo escolar, o que afeta o trabalho
didático do professor e coloca-lhe novos desafios. Todavia,
uma análise crítica e rigorosa das relações entre educação
e sociedade revela que
✂️ a) o trabalho docente assume uma posição cardinal no
processo de ensino-aprendizagem, visto que a
aprendizagem dos conteúdos de ensino não ocorre
espontaneamente e os meios (tecnológicos, informáticos
etc.) configuram-se como recursos às finalidades
perseguidas no trabalho didático conduzido pelo
docente junto aos seus alunos. ✂️ b) o ensino perdeu seu sentido, pois o acesso à informação
e sua aprendizagem não é mais reservado ao espaço
escolar, isto porque as crianças e jovens na sociedade
contemporânea são socializados desde a mais tenra
idade nas tecnologias da informação e da comunicação,
o que torna supérfluo o trabalho escolar. ✂️ c) a tecnologia e os dispositivos técnicos (computadores,
smartphones etc.) ganharam a frente do processo
pedagógico e agora guiam o trabalho didático docente,
fazendo-o de tal modo e em tal magnitude que o trabalho
docente se tornou desnecessário. ✂️ d) a técnica, os métodos, os meios passaram a conduzir o
trabalho escolar, visto que com a inteligência artificial o
processo pedagógico passa a funcionar de maneira
autônoma, cabendo ao professor atuar tão somente no
início e no fim do processo, isto é, na concepção das
finalidades educacionais e na avaliação da aprendizagem.