Os textos sagrados foram escritos há muitos anos, mas continuam válidos para o mundo de hoje.
Um texto é sempre resposta a questões de uma determinada época; para compreendê-lo, o intérprete
deve entrar no seu mundo. Ao mesmo tempo, a leitura posterior está necessariamente marcada pelos
dados e questões da época do leitor, de modo que, na compreensão, se dá uma “fusão de horizontes”:
do leitor e da obra. Dessa maneira, um mesmo texto pode ser compreendido e interpretado — dentro
dos limites que ele mesmo impõe — de formas diferentes, conforme variem os elementos que, na época
posterior, são considerados relevantes para a compreensão. O leitor é elemento ativo na recepção e
interpretação textual, de modo que o sentido de um texto não depende somente dele mesmo, mas da
leitura sucessiva. A leitura sucessiva torna o texto vivo, capaz de falar também para épocas posteriores à
sua fixação escrita. A tradição posterior ao texto é constituída por esse movimento que precede o leitor e
que continuará depois dele e por isso está em contínuo crescimento e transformação.
LIMA, M. L. A. Exegese Bíblica : teoria e prática. São Paulo: Paulinas, 2018 (adaptado).
Sobre o pensamento explicitado no texto, assinale a opção correta.
✂️ a) A leitura de um texto sagrado está marcada por dados e questões da época do leitor, cuja intepretação
está associada a uma pré-compreensão advinda da experiência humana. ✂️ b) O texto possui significado único, independente do contexto do leitor, uma vez que está circunscrito à
experiência do autor e ao período em que foi produzido. ✂️ c) O leitor deve evitar que sua compreensão do mundo contamine o sentido original do texto em suas
sucessivas leituras. ✂️ d) O texto sagrado é de inspiração divina e, por isso, o leitor deve ter uma posição ativa ao fazer a sua
leitura e uma postura passiva ao interpretá-lo. ✂️ e) A leitura de um texto sagrado prescinde da realidade do leitor, pois dificulta a correta interpretação
que o autor lhe atribuiu.