Enzo, 15 anos, negro, com diagnóstico de anemia falciforme e
histórico de vários episódios prévios de crise vaso-oclusiva,
apresenta-se ao pronto-socorro com dor intensa na perna
esquerda, febre (38,9 °C) e mal-estar geral, iniciados há cerca de
três dias. Ele relata que a dor piorou progressivamente e não
responde aos analgésicos usuais. Não há histórico de trauma
recente. Atualmente, faz uso de hidroxiureia 20 mg/kg/dia, ácido
fólico 1 mg/dia e penicilina profilática (250 mg duas vezes ao dia).
Ao exame físico, observa-se Tax de 38,9 °C e pressão arterial de
120 x 70 mmHg. Nota-se edema, calor e dor na topografia da
tíbia esquerda, que se exacerba à mobilização. Exames
laboratoriais iniciais mostram: anemia (Hb: 8g/dL); leucocitose
(18.000/mm³) com desvio à esquerda; proteína C-reativa (PCR):
150 mg/L (elevada); VHS: 90 mm/h (elevada). O médico solicitou
uma ressonância magnética, que evidenciou presença de edema
da medula óssea, alterações corticais, coleções líquidas e realce
com contraste.
A hipótese diagnóstica principal é:
✂️ a) osteomielite, justificada pela história de anemia falciforme,
com múltiplas crises e pela dor óssea localizada, febre alta,
edema e calor local sobre o osso; ✂️ b) osteossarcoma, sustentada pela presença de dor óssea
intensa, em extremidades (pernas e braços), febre alta e
abertura abrupta; ✂️ c) artrite séptica: pela combinação de febre alta, mal-estar geral
e dor óssea grave; ✂️ d) artropatia de Charcot; pela febre alta e a leucocitose indicam
uma infecção aguda e histórico de anemia falciforme, que é
fator de risco para o desenvolvimento dessa patologia; ✂️ e) distrofia simpático-reflexa, pela presença de dor intensa e
prolongada, vermelhidão, febre alta e marcadores
inflamatórios elevados.