Um paciente de 65 anos, paraplégico por projétil de arma de
fogo, foi internado por febre baixa (até 38 °C) diária nos últimos
4 dias. Não há outras comorbidades. Ocorreu lesão por pressão
em região sacra devido a perda sensitiva e quadro depressivo.
O paciente permaneceu acamado. A médica percebeu drenagem
de secreção serosa por orifício com flutuação na região sacra,
associada a calor e eritema local. Exames laboratoriais
demonstraram anemia normocítica, normocrômica e leucocitose
com predomínio de neutrofilia e desvio até bastonestes, os quais
também estavam elevados. A velocidade de hemossedimentação
foi de 96 mm e o PCR estava ultrassensível, com 35 mg/dl
(normal até 0,3 mg/dl).
O plano diagnóstico mais adequado se resume em:
✂️ a) evidenciar um quadro clínico compatível, VHS, PCR,
leucocitose, hemoculturas e ressonância nuclear magnética
(se menos de 2 semanas de evolução) que podem direcionar
para a necessidade da realização de biópsia óssea para
cultura e histopatologia em osteomielite não hematogênica
por contiguidade; ✂️ b) realizar culturas de swab ou material de punção com agulha
(por exemplo, aspiração de material no tecido mole em vez
de osso) que devem ser usadas para estabelecer um
patógeno de osteomielite, uma vez que a correlação entre a
cultura de biópsia óssea e essas amostras é alta; ✂️ c) realizar o teste da sonda pelo orifício (probe test) associado a
marcadores inflamatórios elevados em paciente com lesão
por pressão que reforça o diagnóstico de osteomielite com
alto valor preditivo positivo, tornando desnecessários outros
exames; ✂️ d) realizar as culturas do trato sinusal (secreção serosa do
paciente) que terão valor apenas se o germe for atípico como
micobactérias, fungos e bastonestes Gram negativos; ✂️ e) realizar ressonância nuclear magnética de região sacra e
iniciar antibiótico empírico com cobertura para germes Gram
positivos e negativos.