Os pedidos de licenciamento de obras do Município X, nos
termos da legislação local, demandam apresentação de projeto
subscrito por arquiteto. O requerimento é submetido a um corpo
de expertos, também formados em Arquitetura, lotados no setor
de análises técnicas da Secretaria Municipal.
Ocorre que chegou ao conhecimento de Mariana, Promotora de
Tutela Coletiva do Município, por intermédio de notícia de fato
apócrifa, que João Roberto, servidor do setor de Análise Técnica
de Arquitetura, em suas horas vagas, fora do horário do
expediente, prestou serviço de assessoria técnica e subscreveu os
requerimentos particulares apresentados ao setor no qual
trabalha. Contudo, por cautela, quando se deparou com um
procedimento afeto a um dos seus clientes particulares, no
exercício de suas funções públicas, transferiu a análise para outro
profissional do mesmo setor, com o fito de garantir a
imparcialidade na análise.
Diante da narrativa, assinale a opção que apresenta a conduta
correta a ser adotada por Mariana.
✂️ a) Indeferir de plano a notícia de fato, sob o fundamento de que
não há ato de improbidade a ser investigado, considerando
que Paulo Roberto atua no mercado privado fora do horário
de expediente, não havendo qualquer ilegalidade na sua
conduta. ✂️ b) Indeferir de plano a notícia de fato, considerando que o Art.
11 da Lei nº 8.429/1992, modificado pela Lei nº 14.230/2021,
ostenta rol taxativo de condutas atentatórias aos princípios
da Administração Pública, não havendo enquadramento
típico para a conduta descrita. ✂️ c) Instaurar inquérito civil com intuito de apurar os valores
recebidos por Paulo Roberto em sua atividade privada,
considerando a possibilidade de ocorrência de danos ao
erário municipal e violação dos princípios da administração
pública, nos termos do Art. 10 e do Art. 11, ambos da Lei nº
8429/1992, concomitantemente. ✂️ d) Indeferir de plano a notícia de fato, considerando se tratar de
documento anônimo, o que impossibilita o aprofundamento
da investigação e a adoção de uma linha investigativa bem
definida, não havendo qualquer ilegalidade na conduta
privada desenvolvida pelo servidor público, fora do
expediente. ✂️ e) Instaurar inquérito civil, pois a conduta narrada, em tese,
pode ser tipificada como ato de improbidade consistente no
exercício de consultoria ou assessoramento para pessoa física
ou jurídica que tenha interesse suscetível de ser atingido por
ação ou omissão decorrente das atribuições de Paulo Roberto
durante sua atividade na Secretaria Municipal, não
importando que o trabalho se desenvolva fora do horário do
expediente do servidor ou que não tenha ocorrido dano ao
erário.